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Brasil vive recorde de pedidos de demissão, que chegam a 38% do total de dispensas

De acordo com dados do Caged, 37,9% das demissões em janeiro foram a pedido dos próprios funcionários
10/04/2025 | 05h00
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Os setores do mercado que exigem trabalho braçal e longas jornadas têm enfrentado uma onda de pedidos de demissão. As demissões vêm acompanhadas de críticas a expedientes prolongados, horários inflexíveis, “chefes tóxicos”, escalas 6×1 e aumento no número de microempreendedores individuais (MEIs).

Em janeiro deste ano, 37,9% das demissões foram a pedido do trabalhador, segundo análise com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Essa taxa vem subindo desde 2020, quando marcou 24%.

A última vez que o Brasil apresentou taxas de desemprego semelhantes às atuais foi em 2014, quando a parcela de pedidos de demissão oscilou entre 29% e 30%.

Entre os principais motivos dos pedidos de saída estão: nova vaga em vista, salário baixo, saúde mental, problemas éticos nas empresas e falta de flexibilidade na carga horária.

Perfil de quem pede demissão

O perfil dos trabalhadores que têm pedido demissão é de pessoas jovens, mulheres e comerciários. O mercado aquecido possibilita uma maior possibilidade de rotatividade, contudo, desta vez o patamar de pedidos de demissão tem se mostrado inédito.

demissão

45% das pessoas que pediram demissão têm ensino superior completo ou incompleto (Foto: Reprodução)

45% dos demissionários possuem ensino superior incompleto ou completo; 42% estão entre pessoas de 17 a 24 anos e 40% são mulheres e trabalhadores do comércio, onde predomina a escala 6×1 e salários baixos.

“Estão entrando na conta qualidade de vida, tempo de deslocamento, trabalho remoto e híbrido. De 2020 para cá, ficou muito mais fácil abrir empresa, por isso, há crescimento também de MEIs. Empregos que exigem presença física, como indústria e construção civil, perdem. Tem a questão do e-commerce, da digitalização. Com a taxa de desemprego baixa e com esses níveis de demissão em patamares elevados, as empresas terão de se adequar às novas relações de trabalho, repensar bastante como manter esses funcionários”, diz o economista Bruno Imaizumi.

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