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Petrobras registra prejuízo de R$ 2,6 bi no 2º tri; estatal vai pagar R$ 13,57 bi em dividendos

Segundo a Petrobras, os números negativos foram impactados, principalmente, pela variação cambial do período e por um acordo bilionário firmado com o governo federal para quitação de dívidas.
09/08/2024 | 12h10

A Petrobras registrou prejuízo de R$ 2,605 bilhões no segundo trimestre deste ano. É o primeiro resultado negativo da estatal desde o terceiro trimestre de 2020, quando reportou prejuízo de R$ 1,5 bilhão. O balanço financeiro da empresa foi divulgado ontem (8), após o fechamento do mercado financeiro.

No segundo trimestre do ano passado, a empresa havia reportado lucro de R$ 28,782. Já nos três primeiros meses deste ano, os ganhos foram de R$ 23,7 bilhões.

Segundo a Petrobras, os números negativos foram impactados, principalmente, pela variação cambial do período e pela chamada transação tributária — um acordo bilionário firmado com o governo federal para quitação de dívidas.

Em junho, a companhia aderiu a um processo para encerrar pendências fiscais e tributárias na ordem de R$ 45 bilhões com a PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) e a Receita Federal.

“Sem estes eventos exclusivos, o lucro líquido do 2T24 teria alcançado US$ 5,4 bilhões e o Ebitda [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] seria de US$ 12 bilhões, em linha com o trimestre anterior”, afirmou Fernando Melgarejo, diretor-financeiro e de relacionamento com investidores da Petrobras, em relatório.

Esse foi o primeiro balanço da gestão da Petrobras sob o comando de Magda Chambriard. Ela assumiu a presidência da petroleira em junho, após a demissão de Jean Paul Prates, em meio a uma polêmica sobre o pagamento de dividendos pela petroleira.

Petrobras tem forte geração de caixa, queda na dívida ao menor nível desde 2008 e vai pagar dividendos de R$ 13,57 bilhões a acionistas

Apesar do prejuízo, a Petrobras teve forte geração de caixa no segundo trimestre de 2024, registrando Fluxo de Caixa Operacional (FCO) de R$ 47,2 bilhões, superior ao observado no primeiro trimestre do ano.

Segundo a empresa, o FCO é um indicador da capacidade da companhia de gerar recursos a partir de suas operações regulares e é um relevante índice para avaliação do desempenho de uma empresa.

No mesmo período, a dívida bruta da Petrobras apresentou queda de cerca de US$ 2,2 bilhões, o equivalente a 3,6%, em comparação ao trimestre anterior, atingindo US$ 59,6 bilhões.

A dívida financeira diminuiu cerca de US$ 1,4 bilhão, o equivalente a 5,1%, para US$ 26,3 bilhões, o menor nível desde 2008.

“Os resultados operacionais foram sólidos e ocorreram dentro do esperado. Eventos não recorrentes, como o acordo tributário com o Ministério da Fazenda, que trouxe vantagens expressivas para a empresa e para a União, e a marcante volatilidade cambial no período, sem efeito no caixa nem no patrimônio da companhia, impactaram a contabilidade interna da empresa, afetando também o resultado do trimestre”, disse Magda Chambriard no relatório.

“Apresentamos uma relevante geração de caixa, que demonstra o quanto de valor podemos gerar com nossas operações. Registramos nível de endividamento controlado, em um patamar alinhado ao previsto no nosso Plano Estratégico. Com bom fluxo de caixa e dívida baixa, estamos investindo na nossa produção de petróleo, gás e derivados, na reposição de reservas e na transição energética, de modo a garantir a sustentabilidade da Petrobras no longo prazo”, completou.

Pouco antes de divulgar os resultados financeiros do segundo trimestre, a estatal também anunciou a aprovação do pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
Dividendos

Com o resultado do segundo trimestre, a empresa também informou que seu Conselho de Administração aprovou o pagamento de R$ 13,57 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.

O valor é equivalente a R$ 1,05320017 por ação ordinária e preferencial em circulação. Os recursos serão pagos em duas parcelas, sendo a primeira, no valor de R$ 0,52660009 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 21 de novembro de 2024, e segunda, no valor de R$ 0,52660008 por ação ordinária e preferencial em circulação, em 20 de dezembro de 2024.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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