A partir desta quarta (25), o preço do litro da gasolina passa de R$ 3,08 para R$ 3,31 por litro, um aumento de 7,05%, que corresponde a R$ 0,23 a mais no valor do litro da gasolina para as distribuidoras, segundo a Petrobras. O preço do diesel ficou inalterado. Trata-se do primeiro aumento do combustível no governo Lula que já tornou público que o processo de privatização de ativos da estatal será interrompido durante a gestão do futuro presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates, previsto para assumir o cargo em até uma semana.
O aumento do litro da gasolina “acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”, informou a Petrobras por meio de nota divulgada.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) reagiu, em nota, ao aumento do preço dos combustíveis). Segundo a FUP, o reajuste foi fruto de uma pressão dos acionistas da estatal, que ainda está sob gestão bolsonarista. Jean Paul Prates, indicado por Lula para gerir a Petrobras, ainda não assumiu o posto e, por este motivo, não pode opinar nesse processo.
Em nota, os petroleiros dizem que, ao aumentar o preço da gasolina, a atual direção da Petrobras atende à pressão dos acionistas privados e tenta “colocar a culpa no novo governo”.
“O fato é que, assim como a gestão bolsonarista da empresa continua com as negociações para privatização de mais ativos da companhia, com a distribuição abusiva de mega dividendos para acionistas, também continua definindo os preços dos combustíveis no Brasil.”
Na terça, a Petrobras informou o mercado que o Comitê de Elegibilidade (CELEG) se reuniu para analisar a indicação do senador Jean Paul Prates para os cargos de Conselheiro de Administração e Presidente da Petrobras com base nas regras de governança da companhia e legislação aplicável. A manifestação do CELEG será comunicada ao Conselho de Administração da Petrobras e ficará disponível para consulta em 7 (sete) dias úteis no site de Relações com Investidores da Petrobras.
Senador Jean Paul Prates é autor do projeto de criação de um fundo para a estabilização do preço do litro da gasolina
A Petrobras estava havia 50 dias sem alterar o preço do litro da gasolina. O último reajuste havia sido uma redução de 6,11% no dia 7 de dezembro do ano passado. O anúncio foi feito dois dias antes da reunião do Conselho de Administração da estatal deve eleger o senador Jean Paul Prates (PT-RN) para a presidência da companhia.
Prates também foi relator no Senado do projeto de lei, já aprovado, para a criação de um fundo de estabilização de preços, que seria abastecido por recursos arrecadados pela União, com os dividendos da Petrobras, leilões de petróleo e royalties. O projeto aguarda votação na Câmara dos Deputados.
De acordo com a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,42 a cada litro da gasolina vendido na bomba.
A Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, subiu o preço do combustível na semana passada. O preço do litro da gasolina divulgado pela Petrobras, agora, fica mais próximo do praticado pela Acelen, única refinaria privada de grande porte no Brasil e cujos reajustes são semanais. Após o último aumento da Acelen na semana passada, o preço da gasolina vendida pela Petrobras ficou em média R$ 0,27 acima do preço praticado pela concorrente.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem da gasolina da Petrobras em relação ao mercado internacional atingiu 15% na segunda-feira (23), sendo possível um aumento de R$ 0,55 por litro, mais do que o dobro do reajuste anunciado pela estatal.
Já nos postos, o preço médio do litro da gasolina gasolina tinha voltado a ficar abaixo dos R$ 5, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), patamar que deve ser perdido novamente com o aumento.
Especialista que atua há mais de três décadas no setor de petróleo e gás, Prates já deixou claro que deseja mudar a política de preços de paridade com a importação (PPI) da empresa. Tem negado que vá intervir nos preços ou perder a referência do mercado internacional. “Se dependesse de mim, a gente levaria uma ideia em que a ANP como órgão regulador, desse uma referência de preço regionalizado”, disse Prates para a reportagem publicada no jornal O Estado de S Paulo.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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