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Produção da indústria brasileira segue estagnada, enquanto Bolsonaro diz que o país é o celeiro do mundo. Recorde de produção aconteceu em 2011

Durante o governo Bolsonaro, a indústria foi deixada de lado porque, como o próprio presidente afirmou, "o Brasil é o celeiro do mundo"
07/10/2022 | 13h57

A indústria brasileira continua com a produção estagnada. De janeiro a agosto de 2022, a indústria acumula no ano queda de 1,3% frente ao mesmo período de 2021. É o que mostra a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada na quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados do instituto apontam queda de 0,6% na produção industrial de julho para agosto, eliminando o avanço de 0,6% do mês anterior. 

Os resultados negativos da indústria brasileira são registrados nas quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 26 ramos, 57 dos 79 grupos e 60,5% dos 805 produtos pesquisados. Em 12 meses, a queda é dobrada: 2,7%.

Com esse resultado, o setor ainda se encontra 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020). Também está 17,9% atrás do nível recorde alcançado em maio de 2011 sob o Governo Dilma Rousseff, que superava a grande crise econômica mundial investindo em medidas anticíclicas para manter o dinamismo da economia.

Durante o governo Bolsonaro, a indústria foi deixada de lado porque, como o próprio presidente afirmou, “o Brasil é o celeiro do mundo”. Acontece que o setor agropecuário é insuficiente para gerar riqueza para 210 milhões de pessoas. O Brasil já está entre os três maiores produtores de soja e de carne do mundo, mas segue com estagnação econômica, brutal desemprego e precarização do mercado de trabalho.

O agro tem sido importante na estratégia de desenvolvimento: traz divisas estrangeiras, ocupa territórios desintegrados, traz segurança alimentar etc. Mas ele não é central.

Lula quer a recuperação da indústria brasileira e se reuniu com empresários para se informar sobre os nichos industriais que devem ser estimulados

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Crédito: Ricardo Stuckert

A recuperação da indústria brasileira é um dos pontos centrais da política econômica que Luiz Inácio Lula da Silva pretende implementar a partir de janeiro de 2023, caso seja eleito no segundo turno. Em agosto, durante encontro com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o candidato Lula pediu aos empresários que sinalizem que nichos de indústria brasileira devem ser estimulados no Brasil. “Nosso programa de governo passa por compreender que esse país precisa se reindustrializar”, afirmou.

Comparando os meses de agosto de 2022 com agosto de 2021, verifica-se o crescimento de 2,8% da indústria brasileira. Em 2022, o índice mensal de agosto foi influenciado não só pelo efeito calendário, já que agosto deste ano teve um dia útil a mais do que em 2021, mas também pela baixa base de comparação, uma vez que em agosto de 2021, durante a pandemia, a atividade industrial recuou 0,6% e interrompeu, naquele momento, 11 meses consecutivos de taxas positivas”, explica o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo.

Entre as atividades com queda em agosto, a maior influência negativa veio do setor coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%). Outras contribuições negativas vieram das indústrias de produtos alimentícios (-2,6%) e indústrias extrativas (-3,6%). “Esses três segmentos são os que mais pressionam a indústria como um todo. Juntos, respondem por cerca de 36% do setor”, ressalta.

Ainda na comparação com julho, entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis (-1,4%) e bens intermediários (-1,4%) apresentaram taxas negativas. Ambas eliminaram parte dos avanços do mês anterior: 1,5% e 1,8%, respectivamente.

“Com esses resultados, o setor industrial ainda não recupera as perdas do passado recente”, explica Macedo. “E apesar da melhora no fluxo de insumos, matérias-primas e dos estoques, a situação permanece ainda distante da normalidade, o que afeta diretamente o custo de produção.”

Pelo lado da demanda doméstica, o pesquisador também ressalta que, apesar das medidas eleitoreiras de incremento de renda tomadas só agora pelo desgoverno Bolsonaro, as famílias continuam sendo afetadas negativamente por juros e inflação em patamares elevados. “Isso aumenta os custos de créditos, diminui a renda disponível e faz com que as taxas de inadimplência fiquem em níveis mais elevados”, conclui.

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Fonte: IBGE



Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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