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Em documento, PT defende revisão da política monetária e convocação do presidente do BC, que já deve acontecer em março

Documento divulgado pelo Diretório Nacional do PT defende a revisão das metas de inflação, corte da taxa básica de juros do País
17/02/2023 | 19h37

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deve comparecer ao Senado no início de março para dar explicações sobre política monetária e taxa de juros praticado no Brasil. A informação foi divulgada pelo senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), após se reunir com Campos na quarta-feira (15). Anteriormente, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (13), o presidente do Banco Central disse que está aberto a ir ao Congresso e que é sua “obrigação” prestar esse tipo de esclarecimento. Durante a entrevista,  Campos Neto insistiu na atual política monetária criticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
 
O convite,  para o comparecimento de Campos Neto ao Senado em março, será feito após a nomeação dos membros que vão compor a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) no biênio 2023-2024. A oficialização está prevista para depois do Carnaval. “Na primeira reunião, aprova [os novos membros da CAE]”. O favorito para assumir a presidência da CAE é o senador Vanderlan Cardoso.

Na quinta-feira (16), o PT divulgou a resolução do Diretório Nacional carregada de críticas à política monetária do País. No documento, defende a revisão das metas de inflação, corte da taxa básica de juros do País e a “convocação” do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo Congresso Nacional. Dias antes, o diretório nacional do PT já havia aprovado a orientação para que Campos Neto seja chamado para explicar a política monetária do BC no Congresso Nacional.

Com a autonomia do BC, contudo, o presidente da autarquia perdeu o status de ministro e, assim, não pode ser convocado por parlamentares, mas apenas convidado.

Economistas renomados questionam duramente a atual política monetária do Banco Central, segundo documento do Diretório Nacional do PT

Para o Diretório Nacional do PT, é possível cortar os juros porque a inflação do Brasil não seria de demanda. “Economistas renomados questionam duramente essa política de juros altos e, mais ainda: criticam a maneira leviana e inverídica de justificar essa política de juros altos ao brandir com o temor da inflação, que sabidamente não é uma inflação de demanda, mas sim tem a ver com as consequências da pandemia e a guerra na Ucrânia”, diz o texto.

“O programa de governo apresentado pelo Presidente Lula, aprovado nas urnas e constantemente reiterado pelo próprio presidente, prevê uma política econômica que permita o crescimento econômico, por isso é essencial a queda nas taxas de juros praticadas pelo Banco Central bem como a revisão das metas de inflação”, segue o PT.

O documento não faz qualquer menção nominal ao presidente do Banco Central. O PT notou um salto nas buscas sobre “quem é Campos Neto” nos serviços de buscas na internet. Agora,  quer “despersonificar” as críticas e focar na política de juros. Além disso, o partido vai tomar a frente da artilharia para evitar o desgaste do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que até então vocalizava os ataques.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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