De 2 abril, quando foram anunciadas as famigeradas “tarifas recíprocas” pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, até a terça-feira (8), o real perdeu 5,10% de seu valor frente ao dólar. A queda colocou a moeda brasileira em terceiro lugar em perda de valor frente à divisa norte-americana. Os dados são da consultoria Austin Rating, que usou dados do Banco Central.
Ontem, o Ibovespa fechou o dia com queda de 1,32%, bem próximo do patamar da véspera, aos 123.931,89 pontos, depois que Trump elevou as tarifas contra a China a 104% a partir desta quarta-feira (9). Em resposta, o governo chinês anunciou, hoje, tarifas de 84% sobre produtos importados dos Estados Unidos.
Esse toma lá dá cá entre as duas potências tem trazido muita volatilidade às bolsas globais e ao dólar que, ontem, encerrou as negociações a R$ 5,9979, com avanço de 1,48% sobre o real.
O ranking da agência de classificação de risco engloba 118 países. Conforme o levantamento, ao menos 58 países viram suas moedas se desvalorizarem no período.
As dez moedas que mais se desvalorizaram no período analisado foram:
1º – Dinar, da Líbia (-13,20%)
2º – Peso, da Colômbia (-5,80%)
3º – Real, do Brasil (-5,10%)
4º – Coroa, da Noruega, (-4,70%)
5º – Bolivar soberano, da Venezuela (-4,60%)
6º – Dólar, da Austrália (-4,50%)
7º – Peso, do Chile (-4,40%)
8º – Rande, da África do Sul (-4,30%)
9º Dólar, da Namíbia (-4,20%)
10º Lilangeni, da Suazilândia (-4,20%)
Além do real, yuan chinês também se desvaloriza
A escalada da guerra comercial tem afetado o yuan chinês, moeda oficial da China. Nesta quarta-feira, a moeda registrou seu nível mais fraco em mais de 17 anos.
Ao fim do pregão na China, o yuan era cotado a 7,35 por dólar, o pior desempenho desde dezembro de 2007, antes da crise econômica mundial de 2008. Nesta quarta, o dólar teve uma alta de 0,15% sobre a moeda chinesa.
A China afrouxou seu controle rígido sobre o yuan, com o objetivo de fomentar as exportações em meio ao tarifaço de Trump.
O Banco Popular da China fixou o valor de referência em 7,2038 por dólar na terça-feira (8), o mais fraco desde setembro de 2023.
Moedas que se valorizaram
O levantamento da Austin mostra que poucas moedas avançaram sobre o dólar nos últimos dias. Entre elas, estão o iene (2%), do Japão, o franco suíço (3%), da Suíça e o euro (0,40%).
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