Os bancos lançaram uma opção que permite aos clientes parcelarem o saldo total de dívidas no cartão de crédito. A medida, anunciada ontem (9), prevê que o cliente poderá refinanciar o valor devido em parcelas iguais, com taxa fixa e prazo determinado, o que garante maior controle do orçamento.
O anúncio foi feito por entidades que representam empresas de cartões, instituições financeiras e bancos, incluindo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos). A oferta do serviço ficará a critério exclusivo dos emissores de cartão de crédito, que poderão definir taxas e prazos.
Na prática, a medida permite que:
- O cliente possa parcelar dívidas atuais e futuras no cartão de crédito. Com essa opção, o cliente poderá refinanciar o saldo total da dívida do seu cartão de crédito (incluindo saldos em aberto, a vencer ou vencidos, financiados por operação de crédito e valores de compras parceladas com e sem juros), em parcelas iguais e fixas.
- Na avaliação das entidades, isso permitirá maior previsibilidade nos pagamentos futuros da dívida, facilitando a vida dos clientes que desejam equilibrar suas finanças.
A justificativa é que há uma parcela considerável de clientes que não consegue quitar totalmente a fatura do cartão de crédito no vencimento.
Muitas dessas pessoas tentam pagar o máximo possível da sua fatura, mas acabam contratando o crédito rotativo (por até 30 dias) ou parcelando o saldo restante da fatura em aberto.
Ao contratar o crédito rotativo ou parcelar a fatura, o cliente financia apenas o saldo devedor daquele momento, que acaba sendo acumulado com outros financiamentos, com parcelas ainda não vencidas e novas compras.
A vantagem para o cliente é ter previsibilidade dos valores devidos nos meses seguintes, evitando, asism, encargos por atraso, possibilitando maior planejamento, equilíbrio financeiro e fugindo dos juros exorbitantes do rotativo da fatura do cartão.
Entenda as regras do parcelamento da dívida do cartão de crédito
Segundo as entidades, entre as regras para aderir o parcelamento, estão:>
- O produto será ofertado diretamente pelos emissores de cartão de crédito, a seu exclusivo critério;
- A contratação dessa opção de parcelamento pelos clientes não é obrigatória. Portanto, a contratação dessa opção de parcelamento somente poderá ocorrer com o consentimento expresso do cliente;
- O cliente pode contratar mais de um parcelamento com cartões/Instituições diferentes. Caso o cliente possua cartões de crédito emitidos por mais de um emissor que ofereça essa opção, ele poderá contratar o parcelamento do saldo total para cada um dos cartões de crédito;
- Ficará a cargo de cada emissor definir taxas, encargos e prazos nas operações de parcelamento do saldo total, respeitadas as regras e limites estabelecidos em lei e nas normas do Banco Central do Brasil (BCB) e do Conselho Monetário Nacional (CMN);
- O valor total cobrado a título de juros e encargos financeiros da operação de parcelamento do saldo total não poderá exceder o valor original da dívida inicial que está sendo parcelada;
- O cliente poderá liquidar antecipadamente o parcelamento do saldo total do cartão de crédito a qualquer momento. Em caso de liquidação antecipada da operação, seja de forma parcial ou integral, o cliente terá direito ao desconto proporcional dos juros referentes ao período restante do parcelamento, se houver;
- Efeitos do parcelamento do saldo total do cartão de crédito para as compras parceladas sem juros: às parcelas sem juros incluídas no parcelamento do saldo total será garantida a não incidência de encargos, que só ocorrerão no caso de a parcela ser postergada em relação à data de vencimento original.
Cartão de crédito é o vilão do endividamento do brasileiro
A inadimplência dos consumidores permaneceu elevada em novembro. Entre as famílias, 29,4% disseram que têm dívidas em atraso. O percentual é o maior desde outubro do ano passado. O total de consumidores que revelaram estar sem condições de quitar as dívidas subiu para 12,9%. Em outubro, era de 12,6% e, em novembro de 2023, de 12,5%.
Os dados são da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) de novembro, elaborada mensalmente pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
Conforme a pesquisa, o endividamento do consumidor avançou em novembro, chegando a 77% do total, na comparação com os 76,6% registrados no mesmo mês de 2023. O aumento é resultado do maior uso do crédito para compras de fim de ano, além de indicar uma gestão mais cautelosa do orçamento, afirmam os pesquisadores. O percentual de consumidores que se consideram muito endividados recuou para 15,2%, menor patamar desde novembro de 2021.
A pesquisa mostrou ainda que o endividamento das famílias de menor renda (até 3 salários mínimos), aumentou para 81,1%, o maior índice entre todas as faixas.
Segundo a mesma pesquisa, embora o cartão permaneça como a principal modalidade de dívida para 83,8% das famílias endividadas, esse tipo de crédito recuou 3,9 pontos percentuais na comparação com novembro de 2023. Em movimento contrário, o crédito pessoal continuou em destaque e registrou elevação de 2,5 pontos percentuais na comparação anual.
No caso do cartão, o grande vilão são os juros do rotativo do cartão de crédito, que ultrapassam a casa dos 438% ao ano (dados de setembro).
Relacionados
‘Ovo político’: mudança climática, inflação e vendas aos EUA criam desafio para Lula
Exportação de ovos brasileiros para os EUA quase dobrou em um ano, enquanto preço do alimento disparou nos dois países
Lula assina decreto que antecipa 13º salário dos aposentados para abril e maio
Pelo cronograma tradicional, os valores seriam depositados somente no segundo semestre
Ministério Público do DF investigará compra do Banco Master pelo BRB
Banco de Brasília diz que informou TCDF sobre a operação