Dados divulgados pelo Banco Central, nesta quarta-feira (8), mostram que as saídas líquidas de recursos da caderneta de poupança superaram os depósitos em 2024 em R$ 15,44 bilhões (para ver o documento, clique aqui). O resultado, no entanto, foi o melhor resultado desde 2020.
De acordo com a instituição, em 2024:
- Os depósitos somaram R$ 4,17 trilhões; e
- As retiradas, R$ 4,21 trilhões.
Desde 2021, essa modalidade de investimento registra saída líquida de recursos. Em 2020, houve ingresso líquido de R$ 166 bilhões, ou seja, mais dinheiro depositado do que retirado.
A partir do primeiro ano da pandemia de Covid-19, as saídas foram assim distribuídas:
- 2021: saída líquida de R$ 35,5 bilhões;
- 2022: saída líquida de R$ 103,3 bilhões;
- 2023: saída líquida de R$ 87,8 bilhões;
- 2024: saída líquida de R$ 15,4 bilhões.
Lembrando que, em 2020, houve forte ingresso de recursos na poupança por conta do pagamento do auxílio emergencial durante a fase mais aguda da pandemia.
Ainda que a poupança seja o investimento com remuneração menor em relação a outros, dado que a taxa básica de juros, a Selic, está em 12,25% ao ano, esse investimento é bastante popular no Brasil, devido à facilidade, liquidez (ou seja, é fácil retirar recursos em caso de emergência) e segurança.
Estoque de valores depositados na caderneta de poupança soma R$ 1,03 trilhão
O estoque de valores depositados, isto é, o volume total depositado na poupança somou R$ 1,03 trilhão em 2024. É uma alta de cerca de 4,9% na comparação com 2023, quando o estoque somou R$ 983 bilhões. O aumento aconteceu por conta dos rendimentos creditados nas contas dos poupadores.
Somente em dezembro, houve entrada líquida de R$ 4,9 bilhões na poupança. No mês, o investimento somou R$ 395,2 bilhões em retiradas e R$ 400,1 bilhões em depósitos.
A menor retirada de recursos da caderneta de poupança acontece em um cenário de melhora da economia, com queda do desemprego e crescimento robusto do nível de atividade.
Dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,1% no trimestre terminado em novembro.
Pelo segundo mês seguido, o país atingiu a menor taxa de desocupação de toda a série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.
Somado a isso, houve recuperação da renda e a economia brasileira deve encerrar 2024 com crescimento de 3,5%.
Ademais, dados do Banco Central mostram estabilidade no endividamento da população, que seguiu em quase 48% da renda comprometida nos últimos doze meses. A comparação foi de outubro deste ano, contra dezembro de 2023.
A inadimplência das pessoas físicas também ficou estável em 3,7% em novembro de 2024, mesmo valor do fechamento de 2023.
A caderneta de poupança segue com rendimento limitado. Isso ocorre porque, com as regras vigentes,
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