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O governo federal já começou a traçar o cenário econômico para os próximos anos e, entre as previsões, está o novo valor do salário mínimo para 2026. Segundo o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) enviado ao Congresso Nacional nesta terça (15), a estimativa é que o piso nacional chegue a R$ 1.630 a partir de janeiro do ano que vem — com pagamento efetivo a partir de fevereiro.

O que é a LDO e por que ela importa?

A LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) é essencial para o planejamento do orçamento federal. É ela que estabelece metas e prioridades do governo para o ano seguinte, funcionando como base para a criação da Lei Orçamentária Anual (LOA). Ou seja, é uma peça-chave para definir como o dinheiro público será investido.

Reajuste do salário mínimo em 2026: Quanto vai aumentar?

Atualmente, o salário mínimo está fixado em R$ 1.518, após um reajuste de 7,5% realizado este ano. Caso a projeção do governo se confirme, o valor subirá R$ 112, representando um aumento de aproximadamente 7,4%.

Mas vale lembrar: esse número ainda não é definitivo. O valor final só será confirmado em dezembro de 2025, quando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de novembro for divulgado — indicador fundamental para o cálculo do novo salário.

Como é calculado o novo salário mínimo?

Desde a adoção da nova política de valorização do mínimo, o reajuste passou a considerar dois fatores principais:

  • Inflação: calculada pelo INPC acumulado nos 12 meses até novembro do ano anterior;
  • Crescimento real do PIB: a média do crescimento econômico dos dois anos anteriores, com limite de 2,5%.

Essa limitação ao crescimento real foi aprovada como parte do novo arcabouço fiscal, visando manter as contas públicas sob controle até 2030.

Por que o salário mínimo importa para tanta gente?

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), cerca de 59,9 milhões de brasileiros têm sua renda diretamente atrelada ao salário mínimo.

Esse grupo inclui:

  • Aposentados e pensionistas do INSS (28,15 milhões de pessoas);
  • Trabalhadores formais com vencimentos equivalentes ao piso;
  • Beneficiários de programas sociais como o BPC (Benefício de Prestação Continuada);
  • Quem recebe seguro-desemprego e abono salarial.
  • Impacto do Aumento nas Contas do Governo

Um reajuste no salário mínimo não afeta apenas o bolso dos trabalhadores e beneficiários — ele também tem reflexo direto nas contas públicas. Isso porque vários benefícios pagos pelo governo não podem ser inferiores ao piso nacional.

Estima-se que cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gere um impacto de aproximadamente R$ 400 milhões nas despesas públicas. Assim, um acréscimo de R$ 112 em 2026 pode representar um gasto adicional de cerca de R$ 44,8 bilhões.

Porém, garantir o aumento do salário mínimo é fundamental para a distribuição de renda e redução da desigualdade social no Brasil. Economistas ouvidas pelo ICL criticaram duramente a proposta lançada pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga de congelar o salário mínimo por seis anos.

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