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Senado marca debate com ministro da Fazenda e presidente do Banco Central para 27 de abril

O objetivo do debate, com o tema "Juros, Inflação e Crescimento”, é identificar os motivos por trás da elevada expectativa de inflação e da e da alta taxa de juros, em 13,75% ao ano, mantida pelo Banco Central
10/04/2023 | 21h17

O debate no Senado com o tema “Juros, Inflação e Crescimento” está marcado para 27 de abril e reunirá o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, além da ministra do Planejamento, Simone Tebet. A sessão com o presidente do Banco Central foi solicitada pelo próprio presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e ocorrerá cinco dias antes do início da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.  Haddad criticou o comunicado divulgado pelo comitê após a última reunião, indicando que novo aumento pode ocorrer.

“É imperativo que dialoguemos, a fim de identificar os motivos por trás das elevadas expectativas inflacionárias e dos vultosos juros reais que predominam no Brasil. Dessa maneira, será possível direcionar nossos esforços para a construção de soluções capazes de evitar a perda do poder de compra da nossa população sem prejudicar o crescimento imediato da nossa economia”, afirmou Pacheco, no requerimento apresentado para a realização do debate com o presidente do Banco Central.

Governo tem criticado taxa Selic a 13,75%, mantida pelo Banco Central, o que impede a retomada do crescimento econômico

Ainda no pedido, o presidente do Senado afirma que “ao mesmo tempo em que não é viável o aumento descontrolado de preços, também não é desejado o sufocamento da economia no curto prazo”.

Também serão convidados o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, o diretor-presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara, e representantes Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Confederação Nacional do Transporte (CNT), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Na reunião mais recente, o Copom manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano e repetiu o argumento de que havia incertezas sobre o cenário das contas públicas no País. A decisão, contudo, ocorreu antes da apresentação da proposta de novo arcabouço fiscal do governo, detalhada por Haddad na semana passada e que deve ser enviada ao Congresso nos próximos dias.

Desde o começo do ano, a base aliada do governo no Congresso e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm criticado o nível da Selic com o argumento de que os juros altos impedem a retomada do crescimento econômico no País. O Banco Central, por sua vez, sustenta que o aperto na política monetária é necessário para manter a inflação sob controle.

Para economista do ICL André Campedelli, a autoridade monetária insiste no discurso da inflação de demanda. Além disso, Banco Central quer se colocar como balizador da política econômica, quando deveria focar no seu papel.

“O Copom insiste que, devido à inflação de demanda, é preciso manter a taxa de juros no atual patamar. Além disso, em vez de focar na questão da política monetária, faz várias cobranças, falando do arcabouço fiscal. Por ser um órgão independente, deveria estar falando só de política monetária, mas está se achando, na verdade, como o poder moderador da economia brasileira, como se dissesse – ‘eu faço isso, se vocês fizerem isso’”, criticou Campedelli.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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