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O ciclo de queda na taxa básica de juros, a estabilidade do câmbio e da economia brasileira, reforma tributária e os programas de incentivo do governo Lula 3 ao setor automotivo trouxe novo ânimo às montadoras, que anunciaram investimentos de mais R$ 120 bilhões para os próximos anos.

Depois de um período difícil durante a pandemia de Covid-19, devido à crise deflagrada pela indústria de semicondutores e o desaquecimento do mercado, que levou a gigante Ford, por exemplo, a deixar o país em janeiro de 2021, o setor entra em nova fase.

Entre o fim de 2023 e o início de 2024, as montadoras ganharam novo ânimo a partir do programa de incentivo à compra de veículos populares, anunciado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mais recentemente, o governo regulamentou o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), com foco na descarbonização da frota automotiva do país por meio de incentivos fiscais. Com a medida, empresas do setor poderão se habilitar para receber os créditos financeiros relativos ao programa.

Com essas iniciativas de fomento à indústria, somadas aos bons números da economia brasileira, grandes montadoras voltaram a aquecer o mercado anunciando investimentos que, juntos, chegam a R$ 125 bilhões até 2033.

Esse é o maior ciclo de aportes do setor na história, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Só em 2024, foram anunciados mais de R$ 60 bilhões pelas empresas, em recursos destinados à ampliação de produção e desenvolvimento de tecnologia no país.

Após o anúncio do Mover, as seguintes empresas anunciaram investimentos no país, segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços):

  • Stellantis – R$ 30 bilhões (2025/2030)
  • Volkswagen – R$ 16 bilhões (2022/2028)
  • Toyota – R$ 11 bilhões (2024/2030)
  • GWM – R$ 10 bilhões (2023/2032)
  • General Motors – R$ 17 bilhões (2021/2028)
  • Hyundai – R$ 5,45 bilhões (até 2032)
  • Renault – R$ 5,1 bilhões (2021/2027)
  • CAOA – R$ 4,5 bilhões (2021/2028)
  • BYD – R$ 5,5 bilhões (2024/2030)
  • Nissan – R$ 2,8 bilhões (2023/2025)
  • BMW – R$ 500 milhões

Setor automotivo aponta cenário mais positivo para investimentos após a pandemia de Covid-19

O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, apontou apontou a estabilidade da economia e o crédito como impulsionadores dos novos investimentos.

“A redução da taxa de juros está ocorrendo. A questão do crédito era extremamente importante para a retomada do setor”, afirmou.

Ele também destacou a estabilidade do câmbio — que também tem dado “previsibilidade e segurança” para as montadoras.

Em entrevista à reportagem do g1, o CEO da Volkswagen, Ciro Possobom, disse que o cenário econômico mais positivo após a pandemia de Covid-19 levou a indústria a anunciar mais investimentos.

“Quando a cadeia de fornecimento começa a restabelecer o que era antes de 2019, a gente pode realmente ter mais força para anunciar esses planos de investimentos. É por isso que muitas montadoras estão anunciando nesse período”, afirmou.

Além disso, ele destacou que esse é um momento em que o setor automotivo está se transformando de uma indústria a combustão para uma mais eletrificada, com carros híbridos e os 100% elétricos.

O montante anunciado pela empresa (R$ 16 bilhões) é o segundo mais alto do novo ciclo de investimentos, atrás apenas da Stellantis (R$ 30 bilhões).

Já a chinesa BYD apontou que o Brasil é um dos maiores mercados de automóveis do mundo e, por isso, possui uma importância estratégica.

Alexandre Baldy, conselheiro especial da montadora, também atribui ao país um “enorme potencial de transformação rumo a uma economia verde e sustentável”.

Até o fim de 2024, os primeiros veículos da BYD devem começar a ser produzidos no complexo de Camaçari, na Bahia, onde a fábrica da montadora está sendo instalada. O polo industrial é o mesmo onde funcionou a Ford até a empresa deixar o país.

A companhia também pretende ampliar sua rede de concessionárias de automóveis.

Já a Toyota “tem planos ambiciosos para acelerar ainda mais suas operações no país”, conforme o diretor de comunicação da empresa e presidente da Fundação Toyota, Roberto Braun, disse ao g1.

Segundo ele, os novos investimentos vão viabilizar a expansão do parque fabril da montadora em Sorocaba, no interior de São Paulo, que ganhará novas instalações.

Da Redação ICL Economia
Com informações do g1

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