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O economista Márcio Pochmann deve ser indicado à presidência do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o assunto já vem sendo tratado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo reportagem do jornal O Globo, a indicação dele deve acontecer em agosto, quando serão divulgados os últimos dados do Censo 2022.

Pochmann é indicação de Paulo Okamotto, presidente da Fundação Perseu Abramo e amigo de Lula.

O IBGE é ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, comandado por Simone Tebet. A troca de comando no instituto já teria sido tratada entre a ministra e Lula, na última segunda-feira (24), segundo a reportagem de O Globo. Na reunião, Lula teria dito a Tebet que o nome de Pochmann é uma escolha pessoal.

Ainda segundo a reportagem, Tebet teria saído contrariada da reunião porque a escolha representa uma ingerência em seu ministério. Apesar disso, ela prometeu a Lula que viabilizaria a troca.

Atualmente, o IBGE é conduzido por Cimar Azeredo. Ele assumiu como interino em 2 de janeiro e o trabalho dele é bem avaliado pela equipe do Planejamento.

A indicação do economista foi antecipada pelo blog da colunista Malu Gaspar, também de O Globo. Segundo a colunista, o nome dele para presidir o IBGE causou apreensão não só ao Planejamento, mas também à equipe da Fazenda, pelo fato de ele não ser um especialista em demografia e estatística.

Além disso, detratores da indicação dizem que Pochmann fez uma gestão político-ideológica à frente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), nos governos Lula e Dilma Rousseff.

Tebet, no entanto, teria minimizado as críticas. A auxiliares, ela tem argumentado que o IBGE é um órgão técnico, focado na captura de dados por meio de pesquisas, e, por isso, haveria pouco espaço para uso político do órgão, diferentemente do Ipea, voltado para a realização de estudos.

Ela também tem dito que esse é um problema menor, diante de um dos desafios que é zelar pelo reequílibrio das contas públicas.

Economistas pela Democracia fazem manifesto em favor da indicação de Pochmann para o IBGE

Ontem (25), a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi a uma rede social defender o nome de Pochmann à frente do IBGE. Além dela, a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia divulgou manifesto em defesa da indicação dele. Segundo a nota, “três matérias, ditas jornalísticas, foram publicadas em menos de 24 horas com tentativas de desqualificar o economista, professor e pesquisador (…). Os textos, de cunho político indiscutível, pretendem disseminar a ideia de que seu percurso profissional e acadêmico não o habilita a ocupar a presidência do IBGE”.

Sobre o argumento de que Pochmann não teria perfil técnico para comandar o IBGE, o manifesto alega que “não há perfil puramente técnico entre economistas e, tampouco, entre os jornalistas ou entre profissionais de qualquer outro ramo. O professor Márcio Pochmann tem uma longa carreira acadêmica e profissional e, como é prática dessa carreira, foi ampla e recorrentemente avaliado por seus pares”.

O IBGE tem 3,9 mil funcionários espalhados pelo país todo, responsáveis pela realização de pesquisas sobre inflação (IPCA), comportamento da atividade econômica (PIB), dados do mercado de trabalho, além do Censo.

A Lula, Tebet teria apresentado calendário das divulgações ainda pendentes, entre as quais estão o Censo Quilombola, em 27 de julho, no Ministério da Igualdade Racial; cerimônia de celebração do Censo geral, entre 31 de julho e 02 de agosto, quando 1,4 mil servidores do IBGE farão um balanço dos trabalhos; o Censo Indígena, em Belém (PA), junto ao Ministério dos Povos Indígenas; e o Censo Favelas, sem data a ser divulgada.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e O Globo

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