Estudo do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (Netlab), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, aponta que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador digital Pablo Marçal estão entre os principais propagadores de desinformação sobre a tragédia do Rio Grande do Sul. A análise foi feita entre os dias 27 de abril e 10 de maio.
Segundo o Netlab, o deputado federal Eduardo Bolsonaro usou as redes sociais para “denunciar” uma suposta demora do presidente Lula em aprovar o envio da Força Nacional ao Rio Grande do Sul.
Eduardo Bolsonaro também criticou a decisão de Lula de ir primeiro à cidade de Santa Maria e não a Porto Alegre logo no início da tragédia.
Segundo o parlamentar, a escolha do presidente teria sido influenciada pelo secretário de comunicação Paulo Pimenta, que é de Santa Maria — o município, no entanto, era o mais afetado do estado no dia da visita de Lula, em 2 de maio.
Pablo Marçal
O Netlab também apontou que Netlab, Pablo Marçal usou as redes sociais para disseminar a informação falsa de que a Polícia Rodoviária Federal estava impedindo que caminhões com doações chegassem às vítimas das chuvas e enchentes.
O influenciador também acusou a TV Globo de receber dinheiro para esconder a realidade da tragédia gaúcha e manipular a opinião pública.
O estudo também elenca o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), a influenciadora digital cristã Michele Dias Abreu, o empreeendedor e influenciador Leandro Ruschel, e o médico influenciador Victor Sorretino como os principais disseminadores de fake news.
Narrativas
O Netlab também aponta as principais informações falsas disseminadas na internet. Entre as desinformações mais compartilhadas, estavam “Lula não está comprometido com as vítimas das enchentes”, “Marina insiste em culpar Bolsonaro por tragédia”, “Starlink é a única internet que está ajudando nos resgates”, “Show da Madonna recebeu recursos que deveriam ir pro RS”.
De acordo com o Netlab, também foram identificadas notícias falsas como “Governo está impedindo que doações cheguem às vítimas”, “As chuvas são um castigo de Deus”, “A tragédia foi planejada por globalistas” e “Figuras de direita estão ajudando mais que o governo”.
Anúncios enganosos
O Netlab identificou também 381 anúncios enganosos e 51 anúncios com desinformação sobre as enchentes no Rio Grande do Sul nas plataformas da Meta. Também foram identificados anúncios fraudulentos que promoviam produtos ou informações enganosas com a intenção de gerar lucro.
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