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O presidente da Caixa, Carlos Vieira, disse que o banco público pretende dominar o mercado de apostas on-line, as chamadas bets, anúncio que foi criticado pelo economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira. “A Caixa é aquela que deve atuar pelo povo brasileiro, ajudar a financiar as casas, ajudar os pequenos negócios…”, disse Moreira (veja o comentário clicando aqui), que vem atuando na conscientização do perigo por detrás das apostas esportivas.

Nesta sexta-feira (23), Moreira lançou uma campanha com o objetivo de combater as propagandas das bets por influenciadores digitais. No anúncio, ele deu o pontapé inicial e se comprometeu a não fazer publicidade para essas empresas.

A campanha lançada pelo ICL pede que as pessoas utilizem a hashtag #ApostasMatam em comentários de vídeos ou propagandas de bets feitas por influencers nas redes sociais. Além disso, os influenciadores são chamados a gravarem um vídeo se comprometendo a não fazer publicidade para empresas de apostas.

“A gente pede para as pessoas que são influenciadoras que não façam mais isso. A gente entende que é sedutor, são milhões de reais oferecidos como cachê, mas vidas não tem preço. Isso está destruindo família, o futuro de crianças, um povo inteiro”, ressaltou Moreira.

O influenciador digital e um dos sócios do ICL, Felipe Neto, se manifestou, por meio da rede social “X” (antigo Twitter), sobre a campanha #ApostasMatam. Felipe se comprometeu a nunca mais fazer divulgação de empresas de apostas.

“Ter aceitado divulgar casa de aposta foi o maior erro da minha vida. Um erro que me comprometo a nunca mais repetir e lutar para corrigir”, escreveu.

De acordo com dados de um estudo macroeconômico realizado pelo banco Itaú, cerca de 7 milhões de brasileiros estão endividados por causa das apostas. 2 de cada 3 apostadores já deixaram de comprar algum item de necessidade básica por conta do dinheiro gasto com as bets.

Em 2023, a população brasileira perdeu cerca de R$ 24 bilhões em apostas. A pesquisa revela, ainda, que 80% das pessoas que se consideram viciadas em apostas já pensaram em cometer suicídio.

“As apostas têm viciado e destruído vidas de crianças de até seis anos de idade e, infelizmente, vários influenciadores, que muitos têm como exemplos e ídolos, tem emprestado seu nome para divulgar essa doença que tomou conta do país e tem destruído muitas vidas, principalmente das pessoas mais pobres”, comentou Eduardo Moreira.

Apesar de todos os problemas, postura da Caixa contribui para incentivar o vício em bets

“O mercado no Brasil tende a crescer muito nesse segmento. A Caixa quer estar presente e tem uma série de iniciativas construídas nesse sentido”, disse ontem o presidente do banco ao apresentar os resultados do segundo trimestre.

A instituição, que detém o monopólio da exploração dos jogos lotéricos no Brasil, está entre as 108 empresas que solicitaram autorização ao Ministério da Fazenda para atuar nesse mercado.

A expectativa do banco é que a nova investida recolha o equivalente a metade da arrecadação atual do setor de loterias. No 1º semestre de 2024, as Loterias Caixas arrecadaram R$ 12,3 bilhões, um crescimento de 19% em relação ao mesmo período de 2023.

Ele ressaltou que a entrada da Caixa no mundo das bets terá um efeito social importante. Assim como faz com as loterias, o banco repassará uma parte dos recursos arrecadados com as apostas on-line a projetos sociais.

“Parte significativa do que fazemos, em média 46% das tributações em cima das loterias são destinadas a esse público que precisa de assistência”, disse. “A Caixa por ser um banco de natureza pública, 100% pública, o nosso principal sócio é a sociedade brasileira”.

Foram feitos ao Ministério da Fazenda 113 pedidos de autorização de 108 sites de apostas que querem operar legalmente no Brasil. A partir de janeiro de 2025, os sites têm de passar a cumprir as regras de uma lei específica.

Depois dessa data, sites de apostas que estiverem funcionando no Brasil sem autorização ficarão sujeitos às penalidades previstas em lei, que prevê multas de até R$ 2 bilhões por infração.

O governo deve autorizar as casas de apostas até 31 de dezembro de 2024.

 

Veja a campanha lançada hoje pelo ICL no vídeo abaixo:

 

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do ICL Notícias

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