(Folhapress) — A defesa do ex-PM Élcio de Queiroz, condenado pela morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista Anderson Gomes, pediu a transferência dele para um presídio no Rio de Janeiro.
Queiroz está preso no Centro de Internamento e Reeducação em Brasília desde o ano passado, quando firmou delação premiada. No pedido à juíza Lúcia Glioche, da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a defesa do ex-PM afirma que sua família não tem dinheiro para visitá-lo fora da cidade em que mora.
“A família do increpado [Élcio] enfrenta sérias dificuldades financeiras, vivendo em condições de pobreza, o que torna inviável financeiramente a realização de visitas regulares ao reeducando, dado o alto custo de deslocamento entre o Rio de Janeiro e o Centro de Internamento e Reeducação (CIR) no Distrito Federal”, afirma a advogada Ana Paula Cordeiro.

Élcio de Queiroz está preso no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), em Brasília (Foto: Leonardo Lucena)
Defesa de Queiroz argumenta bom comportamento
A defensora de Queiroz afirma também que as poucas visitas que recebe “prejudica o intuito da ressocialização e reintegração social” dele. Argumenta também que o ex-PM tem bom comportamento no presídio, sem qualquer registro de infração disciplinar.
Glioche pediu o posicionamento do Ministério Público antes de decidir sobre o pedido.
Élcio foi condenado por homicídio triplamente qualificado a 59 anos e 8 meses de prisão, além de 10 dias-multa. Seu acordo de delação, porém, prevê uma pena de 30 anos, dos quais 12 em regime fechado — até 2031.
Ele foi o responsável por dirigir o veículo para perseguir Marielle e Anderson pelas ruas do centro, do qual o ex-PM Ronnie Lessa realizou os disparos.
Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão, além de 30 dias-multa. Ele também firmou delação premiada e o acordo prevê o cumprimento de pena em regime fechado até março de 2037 — 18 anos na cadeia contados a partir da data da prisão, em 2019.
O executor dos disparos está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé. Ele foi transferido para São Paulo como parte do acordo de colaboração assinado com a Procuradoria-Geral da República. A defesa de Lessa já sinalizou que pretende recorrer da sentença. Durante o julgamento, o advogado dele, Saulo Carvalho, defendeu a condenação do ex-PM, mas sem os agravantes que ampliaram sua pena.
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