Chico Alves
Na sessão em que concluiu o difícil trabalho como relatora da CPMI do 8 de Janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) tornou público um dos maiores obstáculos à sua ação. Citou na quarta-feira (18) mensagens com promessas de agressões, ameaças de morte contra a família e relatos de tocaia em aeroportos. Foi à Polícia Federal registrar ocorrência e passou a contar com segurança durante 24h.
Ao ICL Noticias, Eliziane contou que desde que entrou na vida pública é vítima da violência política, mas sempre lutou para que isso não se normalizasse. Tudo piorou a integrar a comissão. “Após a escolha do meu nome para relatar a CPMI, os ataques se acentuaram, as máquinas das fakes news estiveram a todo vapor, mas nada disso me intimida”, diz ela. ” Em relação às ameaças contra minha integridade e da minha família, o Senado tem gentilmente reforçado a minha segurança e colocou policiais legislativos à disposição do nosso mandato”.
As ameaças são enviadas dos mais variados perfis.Tudo está sendo catalogado e parte das mensagens e perfis foi enviada à Polícia Federal para providências.
A parlamentar acredita que a principal contribuição da CPMI é a de reafirmar a democracia brasileira. “Apesar de atentarem contra ela, de destruírem prédios públicos e de tentarem descredibizar nossas instituições, os Poderes continuam de pé, o Estado Democrático forte e a Constituição Federal vivíssima”, exalta.
A senadora marcou a conclusão de seu trabalho na CPMI levantando a Constituição Federal, gesto parecido com o de Ulysses Guimarães na promulgação da Carta de 1988. A ideia foi de William Passos, assessor de imprensa de Eliziane, que pretendia imprimir uma marca forte àquele momento. Deu certo: a imagem viralizou nas redes sociais e foi multiplicada na imprensa.
Apesar de prever dificuldades, a parlamentar se achou obrigada a aceitar a indicação para a relatoria da comissão “Os homens podem até recusar tais convites. As mulheres não podem se dar a esse luxo, pois esses chamados sãos raros”, avalia. “Tenho a certeza que conclui a missão”.
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