A China anunciou nesta sexta-feira (11) que aumentará as tarifas sobre os produtos dos Estados Unidos para 125%, aprofundando ainda mais a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
“A imposição por parte dos Estados Unidos de tarifas anormalmente elevadas contra a China viola gravemente as normas comerciais internacionais, as leis econômicas básicas e o bom senso”, afirmou a Comissão Tarifária do Conselho de Estado de Pequim em um comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças.
A nova tarifa entrará em vigor no sábado (12).
O presidente chinês, Xi Jinping, fez um apelo à União Europeia (UE) por uma resistência conjunta à “intimidação”, em plena ofensiva tarifária dos Estados Unidos, informou a agência estatal de notícias Xinhua.
Em uma reunião em Pequim com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, o chefe de Estado da segunda maior economia mundial destacou a necessidade de cooperação entre as potências diante da guerra comercial iniciada por Donald Trump.
Xi Jinping fala em “responsabilidades” de China e UE
“China e a UE devem assumir suas responsabilidades internacionais, proteger juntas a globalização econômica (…) e resistir juntas a qualquer assédio unilateral”, afirmou Xi.
Isto não apenas “protegeria seus direitos e interesses legítimos, mas também (…) protegeria a justiça e a equidade internacional”.

Decisão é resposta a tarifaço de Donald Trump. (Foto: Melina Mara/Pool via Reuters)
Em uma entrevista coletiva posterior, Sánchez, partidário da aproximação entre UE e Pequim, declarou que as tensões comerciais entre as potências não devem interferir no desenvolvimento de sua cooperação.
“Tanto a Espanha como a Europa têm um importante déficit comercial com a China em que devemos trabalhar para sanar”, afirmou o líder social-democrata.
“Mas não devemos permitir que as tensões comerciais interfiram no potencial crescimento de nossa relação, entre China e Espanha e entre China e a UE”, acrescentou.
A nova viagem gerou críticas da direita espanhola e da imprensa conservadora, que temem uma aproximação do país asiático e consideram que Sánchez não está alinhado com UE.
O secretário do Tesouro de Donald Trump, Scott Bessent, advertiu esta semana os governantes espanhóis que um alinhamento maior com a China “seria como cortar o próprio pescoço”.
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