Milhares de manifestantes se reuniram em diversas cidades de Israel na noite deste sábado (2). Os protestos contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pedem o cessar-fogo imediato e o fim da guerra, o retorno dos reféns israelenses sequestrados durante os ataques do Hamas em 7 de outubro e a convocação de novas eleições.
A multidão em Tel Aviv, informou o UOL, reuniu-se na rua Kaplan, na cidade de Tel Aviv, carregando bandeiras de Israel, faixas e cartazes contra o governo. Um dos cartazes se referia a Netanyahu como “assassino”.
O ato foi organizado por familiares de reféns do grupo Hamas. O movimento que organiza os protestos é o “Bring Them Home Now” — “Tragam eles para casa agora”, na tradução para o português.
Telões espalhados pela praça mostravam o rosto das pessoas sequestradas. O local passou a ser chamado de “Praça dos Sequestrados”. No espaço, é possível observar diversos cartazes que homenageiam as cerca de 130 pessoas que ainda estão em poder do Hamas.
Um estrutura reproduz túneis em que Israel diz que reféns foram mantidos. Em meio à praça, há diversas referências aos reféns. A reprodução da estrutura permite que visitantes atravessem o túnel com fotos do reféns.
“Acordo é a única solução. Judeus e árabes se recusam a ser inimigos”, afirma uma manifestante.
As manifestações contra o governo e pela liberação dos reféns começaram perto do prédio do Ministério da Defesa e se encerraram próximo a um prédio comercial com um aviso luminoso que dizia “juntos venceremos”, também em referência aos reféns.
As famílias que participam dos protestos afirmam ser contrárias ao governo de Israel e à guerra. Nas últimas semanas, mais manifestações passaram a adotar um tom político. Entre os cerca de 130 reféns, está o brasileiro Michel Nisenbaum, 59 anos. Ele está desaparecido desde o início da guerra, em 7 de outubro.
Enquanto israelenses protestam, palestinos passam fome
Depois de quase cinco meses de guerra com Israel, os palestinos tentam desesperadamente ter acesso aos escassos comboios de ajuda humanitária que entram em território palestino e alguns habitantes contam que estão limitados a comer folhagens de árvores ou forragem para gado.
A ONU estima que a fome ameace 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, sobretudo no norte da Faixa, onde a destruição, os combates e saques tornam quase impossível a entrega de ajuda. A fome se caracteriza por suas taxas de inanição, mortalidade, indigência e desnutrição aguda.
“Se nada mudar, a fome é iminente”, advertiu na terça-feira o diretor-executivo adjunto do PMA, Carl Skau.
Cerca de 97% da água em Gaza é rotulada como “não apta para o consumo humano” e a produção agrícola está começando a entrar em colapso, indicou Maurizio Martina, diretor-geral adjunto da FAO.
Segundo a Associação Palestina de Desenvolvimento Agrícola (Parc, na sigla em inglês), as forças israelenses destruíram um quarto das propriedades agrícolas do norte da Faixa.
O secretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Martin Griffiths, enviou uma nota em 22 de fevereiro, à qual a AFP teve acesso, na qual insta o Conselho de Segurança da ONU a garantir “a proibição de usar a fome da população civil como método de guerra”.
Deixe um comentário