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Empresa do agro que forçou trabalhadores a votarem em Bolsonaro é multada pela CVM

A empresa, durante as eleições de 2022, enviou comunicado aos fornecedores ameaçando fazer cortes nos negócios, caso o presidente Lula fosse eleito
31/01/2024 | 04h59

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) multou a Stara, companhia que fabrica máquinas agrícolas,em quase R$ 1 milhão por não ter entregado as demonstrações financeiras de 2022. A informação é da Folha de São Paulo.

A empresa, durante as eleições de 2022, enviou comunicado aos fornecedores ameaçando fazer cortes nos negócios, caso o presidente Lula fosse eleito. A companhia pertence ao empresário Átila Trennepohl, que à época, fez um vídeo confirmando a existência da carta.

Segundo Átila, a empresa previa crescer 30% em 2023, porém, caso o presidente Lula vencesse as eleições, a “instabilidade política e possível alteração de diretrizes econômicas” atrapalhariam os negócios da empresa.

Além da carta aos fornecedores, a empresa também foi alvo de denúncias na Justiça Eleitoral por tentativas de coação de funcionários a voltarem no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Por decisão do Ministério Público do Trabalho da 4ª Região, a Stara pagará R$ 1,5 milhão em indenização por danos morais coletivos e será obrigada a veicular comunicados ressaltando o direito de cidadania e voto livre de seus funcionários nas eleições de 2024 e 2026.

Na decisão de multar a empresa, a CVM afirma que a decisão de não entregar as demonstrações financeiras de 2022 partiu do conselho de administração da Stara, que alegou problemas internos. A empresa também não convocou assembleia geral de acionistas.

A opção de não enviar o documento foi feita para tumulto no processo de compra e venda de ações de minoritários. Átila e Susana Trennepohl foram multados em R$ 313 mil cada. Ricardo Éber Diaz, diretor de relações com investidores, recebeu multa de R$ 275 mil. Gilson Trennepohl, presidente do conselho, e Fernando Trennepohl foram multados em R$ 38,5 mil cada.

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