Por Jô Hallack*
A esquerda morreu. De novo. O galo nem cantou e a esquerda morreu mais uma vez, pois já tinha morrido ontem, semana passada, no ano passado. Morreu de envenenamento, atropelada, de tédio. Morreu de um único tiro disparado contra o seu pé. Morreu. Já vai tarde. A esquerda morreu e, já morrida, morreu de novo e de novo e ainda mais uma vez. É o fantasma da esquerda puxando o seu pé no meio da noite. Eu acordei e a esquerda estava lá, me assombrando. Na porta do quarto, nua, pelada mesmo, mas eu reconheci seu bonezinho do che guevara e falei: quem é você sua gostosa. Ela disse, eu sou a mulher cadáver, o monstro do pântano, o fim do mundo da esquerda. i see dead people all the time. a esquerda morreu, é um cachorro morto, um cachorro morto sendo chutado e morrendo de novo um cachorro morto que tem sete vidas.
A esquerda é um gato.
*Roteirista, escritora, do Comitê Alegria e do Não é o Fim do Mundo @nao_eofimdomundo
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