ICL Notícias

Equipe econômica discute desoneração da folha de pagamentos sobre o salário mínimo

No entanto, o secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, disse que o tema só deve ser debatido com profundidade no segundo semestre
04/05/2023 | 02h55

A equipe econômica do governo Lula estuda propor a desoneração da folha de pagamentos “não linear” , reduzindo a tributação sobre a folha de pagamentos somente sobre o salário mínimo, proposta que beneficiaria as contratações de trabalhadores com remunerações mais baixas.

Em entrevista ao site G1, o secretário extraordinário do Ministério da Fazenda para a reforma tributária, Bernard Appy, disse que a equipe está avaliando o melhor desenho. “Não necessariamente vai ser linear. Você pode desonerar mais uma parcela do salário, desonerar primeiro o salário mínimo, uma discussão que surgiu, e não desonerar linearmente [todos] os salários. E o que vai dar para fazer vai depender muito de como conseguir financiar”, comentou.

Atualmente, a contribuição patronal sobre a folha de pagamentos é de 20%. Se a desoneração for completa, os rendimentos de até um salário mínimo, atualmente em R$ 1.320, ficariam livres dessa cobrança.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já afirmou em algumas ocasiões ver “com simpatia” a ideia de desoneração gradativa da folha de pagamento de todos os setores da indústria. Ele defendeu que a reforma tributária inclua a retirada de impostos que incidem sobre a folha de pagamento das empresas e que se comece a discutir a cobrança “no faturamento”.

Desoneração da folha sobre o salário mínimo deve ser debatida somente no segundo semestre

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por sua vez, disse que o tema da desoneração da folha de pagamento vai ser discutido em um segundo momento, após a reforma tributária sobre consumo, e que a ideia é criar mecanismos para formalização de empregos. A prioridade do governo, agora, é aprovar o arcabouço fiscal.

Segundo Appy, um dos imbróglios da desoneração diz respeito ao financiamento da proposta. “Ela [desoneração da folha] tem custo, e aí, como vai financiar? A gente não quer financiar no consumo, que já é muito tributada. E a gente não quer criar a CPMF [Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira]. Nessa primeira fase não tem como incluir a desoneração da folha. Nessa segunda fase, sim, vamos discutir mudanças no IR e, aí sim, talvez na mudança da renda, consiga financiar a desoneração da folha”, disse ele ao G1.

A regra atual permite que empresas dos 17 setores da economia que mais geram empregos no país substituam a contribuição previdenciária, de 20% sobre os salários dos empregados, por uma alíquota sobre a receita bruta, que varia de 1% a 4,5%. A regra vale até o fim deste ano.

Além da contribuição patronal de 20%, os empregadores também têm de recolher, no Brasil, um seguro para acidentes de trabalho, o FGTS de 8% (do salário do trabalhador), contribuições para o salário educação e para o sistema S.

De seu lado, os trabalhadores contratados em regime CLT contribuem com 11% do seu salário. As contribuições de patrões e trabalhadores varia de 34% a quase 43% no Brasil. A exceção são as empresas do Simples Nacional, que pagam menos tributos.

Redação ICL Economia
Com informações do G1

Deixe um comentário

Mais Lidas

Assine nossa newsletter
Receba nossos informativos diretamente em seu e-mail