Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram nesta quarta-feira (22) a Palestina como estado legítimo e independente, somando-se a outros 143 dos 193 países-membros da Organização das Nações Unidas.
O reconhecimento oficial entrará em vigor a partir do dia 28 de maio, informaram o ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, e o primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris.
Sanchez, que foi aplaudido de pé após seu discurso diante dos parlamentares do país, criticou o premiê israelense Benjamin Netanyahu. “Pedimos um cessar-fogo, mas não é suficiente. Netanyahu se faz de surdo e continua castigando a população palestina”, disse.
Palestina: solução de dois estados é único caminho para a paz
O premiê Simon Harris, da Irlanda, disse que espera que mais países façam o mesmo nas próximas semanas.
“Hoje, a Irlanda, a Noruega e a Espanha anunciam que reconhecemos o Estado da Palestina”, disse Harris numa conferência de imprensa. “Falei com vários outros líderes e estou confiante de que mais países se juntarão a nós para dar este importante passo nas próximas semanas.”
Ele disse que uma solução de dois Estados é o único caminho para a paz e segurança para Israel, a Palestina e os seus povos.
Apoio da Noruega tem importância histórica
O anúncio feito pela Noruega tem um significado adicional porque o país acolheu as reuniões clandestinas em 1993 que levaram aos Acordos de Oslo, a negociação para a paz que esteve perto de resolver o conflito entre Israel e os palestinos. No fim, o plano falhou.
A Noruega é um nação amiga de Israel e os dois países têm relacionamento de longa data. Mas desde 7 de outubro, quando Israel lançou uma ofensiva militar em Gaza em resposta aos ataques do Hamas, a Noruega também condenou veementemente a condução da guerra por Israel.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega disse em março que “o uso da força militar por Israel está a ter um impacto desproporcionalmente grave sobre a população civil e não está em conformidade com o direito humanitário internacional” e apelou por um cessar-fogo.
Pressionado pela comunidade internacional, Israel reage
O Ministério das Relações Exteriores de Israel reagiu prontamente, ordenando a saída imediata de seus embaixadores na Irlanda e na Noruega, sem citar a Espanha.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que a decisão de reconhecer um Estado Palestino “minou o direito de Israel à autodefesa e os esforços para devolver os 128 reféns detidos pelo Hamas em Gaza”.
“Israel não ficará em silêncio”, disse Katz. “Estamos determinados a alcançar os nossos objetivos: restaurar a segurança dos nossos cidadãos e a remoção do Hamas e o regresso dos reféns. Não existem objetivos mais justos do que estes”.
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