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Espanha, Irlanda e Noruega reconhecem Estado da Palestina e pedem cessar-fogo imediato

"Netanyahu se faz de surdo e continua castigando a população palestina", disse primeiro-ministro espanhol
22/05/2024 | 06h53

Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram nesta quarta-feira (22) a Palestina como estado legítimo e independente, somando-se a outros 143 dos 193 países-membros da Organização das Nações Unidas.

O reconhecimento oficial entrará em vigor a partir do dia 28 de maio, informaram o ministro das Relações Exteriores da Noruega, Espen Barth Eide, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sanchez, e o primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris.

Sanchez, que foi aplaudido de pé após seu discurso diante dos parlamentares do país, criticou o premiê israelense Benjamin Netanyahu. “Pedimos um cessar-fogo, mas não é suficiente. Netanyahu se faz de surdo e continua castigando a população palestina”, disse.

Palestina: solução de dois estados é único caminho para a paz

O premiê Simon Harris, da Irlanda, disse que espera que mais países façam o mesmo nas próximas semanas.

“Hoje, a Irlanda, a Noruega e a Espanha anunciam que reconhecemos o Estado da Palestina”, disse Harris numa conferência de imprensa. “Falei com vários outros líderes e estou confiante de que mais países se juntarão a nós para dar este importante passo nas próximas semanas.”

Ele disse que uma solução de dois Estados é o único caminho para a paz e segurança para Israel, a Palestina e os seus povos.

Apoio da Noruega tem importância histórica

O anúncio feito pela Noruega tem um significado adicional porque o país acolheu as reuniões clandestinas em 1993 que levaram aos Acordos de Oslo, a negociação para a paz que esteve perto de resolver o conflito entre Israel e os palestinos. No fim, o plano falhou.

A Noruega é um nação amiga de Israel e os dois países têm relacionamento de longa data. Mas desde 7 de outubro, quando Israel lançou uma ofensiva militar em Gaza em resposta aos ataques do Hamas, a Noruega também condenou veementemente a condução da guerra por Israel.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Noruega disse em março que “o uso da força militar por Israel está a ter um impacto desproporcionalmente grave sobre a população civil e não está em conformidade com o direito humanitário internacional” e apelou por um cessar-fogo.

Prime Minister Yitzahk Rabin of Israel, President Bill Clinton and Yasser Arafat, leader of the Palestine Liberation Organization, at the signing of the Oslo Accords in Washington in 1993. Norway hosted the clandestine meetings that led to the signing that year.Credit...J. David Ake/Agence France-Presse

Primeiro-ministro israelense Yitzahk Rabin e o líder palestino Yasser Arafat, observados por Bill Clinton, na assinatura dos Acordos de Olso, em 1993, em Washington. Noruega tem importância histórica por sediar reuniões clandestinas de negociação para a paz que levaram aos acordos, que acabaram falhando. Foto: J. David Ake/ Agence France-Presse

Pressionado pela comunidade internacional, Israel reage

O Ministério das Relações Exteriores de Israel reagiu prontamente, ordenando a saída imediata de seus embaixadores na Irlanda e na Noruega, sem citar a Espanha.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou que a decisão de reconhecer um Estado Palestino “minou o direito de Israel à autodefesa e os esforços para devolver os 128 reféns detidos pelo Hamas em Gaza”.

“Israel não ficará em silêncio”, disse Katz. “Estamos determinados a alcançar os nossos objetivos: restaurar a segurança dos nossos cidadãos e a remoção do Hamas e o regresso dos reféns. Não existem objetivos mais justos do que estes”.

 

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