A escassez de recursos por causa das inúmeras falhas dos países no combate às mudanças climáticas vai aumentar o custo de vida já nos próximos dois anos, como inflação, desastres naturais e conflitos geopolíticos. São riscos aos negócios das empresas no curto prazo. A crise de fornecimento de energia na Europa, por exemplo, tem resultado em preços bastante onerosos, pressionando índices de inflação e exigindo que os bancos centrais subam as taxas de juros com o intuito de reduzir a pressão inflacionária.
Além disso, há ainda um risco alto de interação entre os diferentes riscos, o que deve gerar “policrises”, na avaliação de 1.200 pessoas ouvidas e todo o mundo, entre líderes empresariais, políticos, acadêmicos, consultores e lideranças comunitárias, durante o segundo semestre do ano passado.
No longo prazo, persiste ainda os efeitos da Guerra da Ucrânia, que gera preocupações com o suprimento de energia e aumenta os riscos aos negócios das empresas, em especial na Europa, como a volta ao uso de fontes fósseis.
As conclusões são do estudo Global Risks Report 2023, produzido pelo Fórum Econômico Mundial em conjunto com a seguradora Zurich e com a corretora de seguros Marsh.
O Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, começou nesta segunda-feira (16), e contam com os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Marina Silva (Meio Ambiente) representando o governo brasileiro.
No horizonte de 10 anos, os quatro primeiros riscos aos negócios das empresas são de caráter climático

Crédito: Envato
Nos próximos dois anos, dois dos cinco maiores riscos aos negócios das empresas, apontados no levantamento, são sociais (a crise do custo de vida e a erosão do tecido social), e outros dois, de caráter ambiental (desastres naturais e eventos extremos e a falha em mitigar a mudança climática). No horizonte de 10 anos, os quatro primeiros riscos são de caráter climático, desde a mudança climática até a perda de biodiversidade.
Na avaliação da seguradora Zurich, conforme publicado em reportagem de O Estado de S Paulo, a cooperação entre os países ajudará a superar as diferentes crises, assim como o diálogo entre governos e empresas, que, em muitos casos, dão pesos diferentes aos mesmos problemas. Vários choques poderiam gerar um cenário de crises simultâneas, com mais riscos aos negócios.
Segundo o relatório, a falta de cooperação geopolítica tende a gerar policrises ambientais, geopolíticas e socioeconômicas, relacionadas à oferta e à demanda de recursos naturais. Isso levaria a diferentes cenários em potencial de falta de alimentos, água, minerais e metais, o que causaria uma crise humanitária e, também, ecológica.
Na análise da corretora e consultoria de riscos Marsh Brasil, o compromisso dos líderes do planeta é entender como os riscos aos negócios se conectam. Esse e outros temas, como os riscos cibernéticos em um mundo mais digital, estarão presentes nas reuniões do Fórum Econômico de Davos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias