Estudo do centro de pesquisas francês Lille Neuroscience and Cognition apontou que a cafeína pode ser benéfica no combate ao Alzheimer. A pesquisa indicou que, quando em fase inicial, a substância pode auxiliar no retardamento da progressão da doença. A informação é da agência de notícias AFP.
Outros estudos epidemiológicos já haviam indicado que o consumo moderado e regular de cafeína diminuía as chances de desenvolver Alzheimer, desacelerando o declínio cognitivo que surge naturalmente com o envelhecimento.
Contudo, no novo estudo, publicado na última sexta-feira (5) na revista Brain, os pesquisadores do Lille Neuroscience and Cognition analisaram os mecanismos que desencadeiam da doença.
Segundo o trabalho, a cafeína tem efeito sob os receptores neurológicos que promovem a perda das sinapses. O dilatamento de forma anormal desses receptores pode contribuir para o surgimento precoce de problemas de memória em animais que têm Alzheimer.
“Podemos imaginar que, ao bloquear esses receptores, cuja atividade é maior em pacientes com Alzheimer, a cafeína poderia prevenir o desenvolvimento de problemas de memória e até de outros sintomas cognitivos e comportamentais”, disse David Blum, diretor de pesquisa.
Estudo contra o Alzheimer
No momento, a equipe da pesquisa está realizando um ensaio clínico no Hospital Universitário de Lille com 248 pacientes. O objetivo é avaliar o efeito da cafeína em pacientes que apresentam formas iniciais e moderadas do Alzheimer.
Metade dos pacientes receberá 400 mg de cafeína, enquanto a outra receberá apenas um placebo.
“Se o ensaio for positivo, isso nos encorajará a lançar um ensaio maior. Potencialmente, isso poderia significar que a cafeína pode ser usada como medicamento para tratar esta doença”, disse Blum.
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