O governo dos Estados Unidos (EUA) submeteu ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que, pela primeira vez, defende um “cessar-fogo imediato” em Gaza. A condição para isso, seria a liberação dos reféns mantidos em Gaza e a suspensão do financiamento externo ao Hamas.
Antony Blinken, chefe da diplomacia americana, anunciou hoje (21), que seu governo estava fazendo a proposta e que um voto poderia ocorrer nos próximos dias. Em outubro do ano passado, o Brasil propôs uma resolução que pedia uma pausa humanitária. Os Estados Unidos, porém, se manifestaram contra a proposta.
Diante das eleições presidenciais deste ano nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden, candidato à reeleição, tem sido pressionado por sua base de apoio.
“Determina a necessidade imperativa de um cessar-fogo imediato e sustentado para proteger os civis de todos os lados, permitir a entrega de assistência humanitária essencial e aliviar o sofrimento humanitário e, para esse fim, apoia inequivocamente os esforços diplomáticos internacionais em andamento para garantir esse cessar-fogo em conexão com a libertação de todos os reféns restantes”, diz o documento proposto pelos EUA.
O texto pode enfrentar resistência por condicionar o cessar-fogo e ainda exigir o fim do financiamento ao Hamas. O cessar-fogo seria usado para “intensificar os esforços diplomáticos e outros esforços com o objetivo de criar as condições para uma cessação sustentável das hostilidades e uma paz duradoura”
“Todas as partes do conflito cumpram suas obrigações de acordo com o direito internacional, inclusive o direito internacional humanitário, inclusive no que diz respeito à condução das hostilidades e à proteção de civis e objetos civis, ao acesso humanitário e à proteção da ajuda humanitária e do pessoal médico, seus bens e infraestrutura”, pede o texto.
A proposta “enfatiza a necessidade urgente de expandir o fluxo de assistência humanitária aos civis em toda a Faixa de Gaza e reitera sua exigência de remoção de todas as barreiras à prestação de assistência humanitária em escala”.
Proposta dos EUA coloca pressão sobre os governos que apoiam o Hamas

Israel destruiu plantações palestinas e bloqueia acesso a ajuda humanitária. Foto: IsraeAnas al-Shareef/ Reuters
A proposta dos Estados Unidos também fala sobre o Conselho de Segurança da ONU. O texto pede que o Hamas e outros grupos armados concedam imediatamente acesso humanitário a todos os reféns restantes.
Além disso, exige que todas as partes cumpram suas obrigações sob o direito internacional em relação a todas as pessoas detidas, incluindo as obrigações aplicáveis sob o direito humanitário internacional e o direito internacional dos direitos humanos, e respeitem a dignidade e os direitos humanos de todos os indivíduos detidos.
Os Estados Membros, na proposta, devem seus esforços para suprimir o financiamento do terrorismo. Hospitais, outras instalações médicas, pessoal médico, unidades e transporte devem ser respeitados e protegidos por todas as partes.
O texto, ainda:
- Rejeita ações que reduzam o território de Gaza, inclusive por meio do estabelecimento oficial ou não oficial das chamadas zonas-tampão, bem como a demolição generalizada e sistemática da infraestrutura civil.
- Condena os apelos de ministros do governo para o reassentamento de Gaza e rejeita qualquer tentativa de mudança demográfica ou territorial em Gaza.
- Reafirma sua condenação nos termos mais fortes dos ataques realizados pelos houthis contra navios no Mar Vermelho e sua exigência de que cessem imediatamente.
Relacionados
Familiares pedem justiça para venezuelanos deportados e relatam prisão nos EUA
Venezuelanos foram levados a presídio de segurança máxima em El Salvador acusados de fazerem parte do Trem de Aragua
Com alta recorde no preço do ovo, americanos contrabandeiam produto no México
No país vizinho, valor dos ovos está bem abaixo do preço nos Estados Unidos, em torno de R$ 11,40 a R$ 13,15
Juiz considera cortes de Musk na USAID inconstitucionais e o impede de fazer mais
Juiz ordenou que Musk e a agência que ele lidera reestabeleçam o acesso aos sistemas de computador da USAID para funcionários diretos e contratados