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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira (1º) que Edmundo González, adversário de Nicolás Maduro, obteve o maior número de votos na eleição presidencial da Venezuela. O comunicado do governo norte-americano reforça a posição da oposição na Venezuela de não reconhecer o resultado das eleições presidenciais venezuelanas.

O documento de Blinken cumprimenta González pelo “sucesso da campanha” e diz que “é hora de as partes venezuelanas iniciarem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano”.

EUA afirmam apoiar ‘transição democrática’

Blinken ainda reafirma o apoio do governo dos Estados Unidos à transição democrática entre os governos na Venezuela: “Apoiamos plenamente o processo de restabelecimento das normas democráticas na Venezuela e estamos prontos a considerar formas de reforçá-lo em conjunto com os nossos parceiros internacionais.”

Diante do comunicado do governo dos Estados Unidos, Maduro reagiu em seguida, em discurso transmitido ao vivo em seu perfil no X.  Ele comparou a posição dos Estados Unidos em 2024 à que o país adotou em 2019, quando o então líder da oposição Juan Guaidó se autoproclamou presidente da Venezuela, alegando que a segunda reeleição de Maduro havia sido uma fraude.

Maduro reage em discurso

“Querem impor um modelo ‘Guaidó parte 2’. ‘Guaidó parte 1’, foi um fracasso, um dano ao país. Nós tivemos muita paciência com Guaidó. Agora os Estados Unidos dizem que a Venezuela tem outro presidente. Os Estados Unidos devem tirar o seu nariz da Venezuela. O povo venezuelano é quem manda na Venezuela. É quem pode. É quem decide. É quem elege”, disse Maduro.

Falando aos trabalhadores dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção, Maduro referiu-se a um suposto ataque hacker que o Centro Nacional Eleitoral (CNE) teria sofrido e questionou a avaliação dos Estados Unidos: “O CNE sofreu um ataque bruto. Agora os Estados Unidos dizer ter as atas.”

Duas dúvidas, não uma eleições

Nicolás Maduro durante proclamação como candidato do PSUV à presidência da Venezuela. (Foto: Jesus Vargas/AP)

Desde que a autoridade eleitoral do governo venezuelano deu vitória a Maduro na segunda-feira (29), o país vive um impasse político. A frente Plataforma Democrática Unitária (PUD), que lançou Edmundo González como candidato de oposição a Maduro, afirma que a eleição teria sido fraudada.

De acordo com resultado do CNE, Maduro foi reeleito para o terceiro mandato com 51,2% dos votos contra 44,2% de Edmundo González. O grupo de oposição diz que houve fraude e Edmundo González teria vencido com cerca de 70% dos votos.

O governo venezuelano não ainda não divulgou o resultado das mesas eleitorais da Venezuela por um suposto ataque cibernético contra o sistema do CNE.  Outros governos, como o Brasil, têm afirmado que não é possível ter qualquer segurança sobre as denúncias da oposição sem que as atas sejam divulgadas.

 

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