O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, foi preso nesta sexta-feira (13) em Recife (PE) pela Polícia Federal (PF). Machado está sendo investigado pela tentativa de pedir emissão de passaporte português para que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, saísse do Brasil.
A PF também tinha mandado de prisão contra o tentente-coronel Mauro Cid, que não chegou a ser cumprida, porque a prisão foi evogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
A operação da PF desta sexta-feira é motivada pela investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de Mauro Cid de obter cidadania portuguesa e, em seguida, fugir do Brasil.
Desde a segunda -feira (9), quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) autorizou, a Polpicia Federal vem investigando o ex-ministro de Jair Bolsonaro pela atuação de Machado junto ao consulado de Portugal em Recife para obter a expedição de um passaporte português para Cid .
Segundo a peça assinada pelo procurador-geral Paulo Gonet, com informações da polícia, o objetivo seria viabilizar a saída do militar do território nacional. O ex-ministro, porém, não teria obtido êxito na emissão do documento.
Para Gonet, é possível que Machado busque alternativas junto a outras embaixadas e consulados com o mesmo objetivo. Por isso, foram pedidas medidas cautelares de busca e apreensão, pessoal e domiciliar e afastamento dos sigilos dos dados telemáticos e telefônicos contra o investigado deste ano.
Segundo o documento, a PF teria ressaltado que, conforme arquivos armazenados no telefone celular de Mauro Cid, o militar teria procurado o serviço de assessoria para obtenção da cidadania portuguesa em janeiro de 2023. De acordo com as investigações, na ocasião, ele enviou imagens de sua carteira funcional, comprovante de cidadania portuguesa e do passaporte português de sua mãe.

O ex-ministro Gilson Machado foi candidato derrotado à prefeitira de Recife em 2024 (Foto: Rede social)
Machado organizou vaquinha para Bolsonaro
Gilson Machado, conhecido como “GIlson Sanfoneiro”, é aliado muito próximo de Bolsonaro. O ex-ministro e ex-presidente da Embratur era figura constante nas lives de Bolsonaro. Em algumas ocasiões, aparecia empunhando a sanfona e entoava canções, como quando tocou a Ave Maria em homenagem às vítimas da Covid-19.
Machado foi quem lançou, no último mês, uma campanha nas redes sociais para pedir doações para o ex-presidente. Ele argumentou que o dinheiro serviria para Bolsonaro pagar advogados, despesas pessoais e os gastos do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos, onde ele está desde março alegando perseguição do STF.