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Em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), o Ministério da Fazenda prepara uma solução para reduzir a volatilidade do dólar. Em entrevista concedida ao jornal O Globo, o ministro da Fazenda disse que a ideia é formular uma mudança na política cambial, mas sem criar condições para artificialidade no câmbio.

Reportagem do UOL diz que a iniciativa envolve a criação de uma plataforma de soluções financeiras para reduzir o risco cambial, voltada para investimentos na área de transformação ecológica.

Ao O Globo, Haddad disse que se trata de “um instrumento do Tesouro para atrair investimentos externos”, e que o secretário do órgão, Rogério Ceron, e o diretor do Banco Central e ex-número dois da Fazenda, Gabriel Galípolo, estão diretamente envolvidos no desenho da proposta.

O tema foi abordado no contexto das ações importantes que o ministro precisa tomar logo no começo do ano, na volta de seu período de descanso.

“Há a obrigação por lei de regulamentar a reforma tributária, que são 71 assuntos que podem constar até na mesma lei complementar. Também precisamos monitorar as medidas para cumprir o arcabouço fiscal e queremos implementar um projeto para diminuir a volatilidade do dólar, um instrumento do Tesouro para atrair investimentos externos, uma espécie de hedge [seguro] cambial, associado a projetos de transformação ecológica”, disse o ministro ao O Globo.

Assim, Haddad ajustará a parte que falta do tripé macroeconômico da economia brasileira: responsabilidade fiscal, meta de inflação e câmbio flutuante.

Instrumento para conter a volatilidade do dólar se insere no Plano de Transformação Ecológica

Durante participação na COP28 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas) em Dubai, nos Emirados Árabes, Haddad, ao lado da ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, apresentou o que será o Plano de Transformação Ecológica.

De modo geral, o plano envolve uma transição para a economia verde, colocando o Brasil na vanguarda do tema no mundo. Mas, segundo Haddad, serão necessários de US$ 130 bilhões a US$ 160 bilhões por ano em uma década. Se tudo der certo, a iniciativa pode gerar entre 7,5 milhões e 10 milhões de empregos e pode ser a grande marca do governo Lula 3.

Na prática, ao atrair investimento estrangeiro direto verde dentro do Plano de Transformação Ecológica do Brasil, isso ajudaria a reduzir a volatilidade da moeda americana.

Segundo a reportagem do UOL, o volume potencial de mobilização de recursos logo no início é de até US$ 3,4 bilhões.

Entre os produtos estão swaps totais, linhas de créditos para liquidez de investimentos em moeda estrangeira em caso de eventos de desvalorização cambial e mecanismos de cobertura de “riscos de cauda” para desvalorizações extremas.

Os recursos iriam para investimentos em adaptação e mitigação ambiental, como reflorestamento, infraestrutura resiliente a tempestades em cidades, transição energética, hidrogênio verde ou agricultura de baixo carbono.

“Alguns economistas imaginavam que, com a acumulação de reservas cambiais, o Brasil estava resolvido. Nós somos credores internacionais e, mesmo assim, a nossa moeda segue muito volátil, mesmo comparando com países com características parecidas. Para aquele investidor que entra para ficar de cinco a 20 anos isso é importante, porque ele pode precisar de liquidez em um ano de volatilidade cambial, isso pode significar a tomada de decisão de não investir no Brasil. Pensamos em fórmulas para mitigar esse risco de cauda. Um instrumento de promoção do fluxo de capital significativo para o Brasil”, disse o ministro durante participação na COP28.

Ainda segundo a reportagem, a parceria com o BID vai ajudar a reduzir custos de implementação da proposta, que não é nova dentro do governo.

Em novembro, também em parceria com o BID, o Tesouro captou US$ 2 bilhões com a emissão de dívida externa sustentável do Brasil, os “green bonds”.

Redação ICL Economia
Com informações de O Globo e UOL

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