A chance de um aumento ainda mais agressivo na taxa de juros nos EUA pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode ser anunciada na quarta-feira (27), quando a instituição realiza sua reunião. O banco deve aprovar novo aumento de 0,75 ponto percentual da taxa de juros e sinalizar sua intenção de continuar subindo o indicador nos próximos meses, em uma tentativa para frear a escalada da inflação, que fechou junho em 9,1%, recorde anual em 40 anos.
Jerome Powell, presidente do Fed, vem afirmando que não restaurar a estabilidade de preços seria um “erro maior” do que empurrar os EUA para uma recessão. Por outro lado, membros do Fed dizem que podem evitar uma recessão com esperanças de que a inflação possa diminuir tão rapidamente quanto aumento da taxa de juros.
No entanto, a inflação persiste no maior patamar em quatro décadas e analistas econômicos dizem que será necessária uma recessão, que envolve a taxa de juros, e um desemprego significativamente maior, para aliviar as pressões sobre os preços.
A inflação nos EUA, medida pelo índice de preços de gastos com consumo pessoal – foi de 6,3% em maio, bem acima da meta de 2% do banco central daquele país.
Diante do quadro de alta inflacionária, o Fed deverá mesmo aumentar a taxa de juros na próxima quarta-feira (27) para controlar essa inflação. A decisão deve ser baseada também pelo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que já deu sinais de desaceleração após as seguidas elevações das taxa de juros, com o mercado imobiliário se retraindo, as empresas de tecnologia restringindo as contratações e os pedidos de seguro-desemprego subindo.
Os traders do mercado futuro de fundos federais estão apostando que o Fed aumentará as taxa de juros para cerca de 3,5% até o fim do ano, e de 1,5% para 1,75% agora, antes de começar a cortá-las no segundo semestre de 2023.
Para analistas, Fed deve ter cuidado ao elevar a taxa de juros nos EUA
Especialistas de mercado advertem que, embora o Fed precise responder à inflação elevada restringindo o excesso de demanda, deve ter cuidado para não exagerar na dose de alta da taxa de juros. As esperanças de acabar com os problemas da cadeia de suprimentos continuam sendo frustradas, especialmente porque a China luta com sua política de Covid Zero.
No domingo (24), a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que o crescimento econômico dos EUA está desacelerando e reconheceu o risco de uma recessão, mas afirmou que uma retração não é inevitável. Ela afirmou no programa “Meet the Press”, da NBC, que números fortes de contratações e de gastos dos consumidores mostraram que a economia dos EUA não está atualmente em recessão.
As contratações nos EUA permaneceram robustas em junho, com 372.000 empregos criados e a taxa de desemprego mantendo-se em 3,6%. Ainda assim, dados da semana passada sugeriram que o mercado de trabalho estava enfraquecendo, com novos pedidos de auxílio-desemprego atingindo seu ponto mais alto em oito meses.
Yellen disse que a inflação “está muito alta” e que as recentes altas nas taxa de juros pelo Federal Reserve estão ajudando a controlar o aumento dos preços.
“Esta não é uma economia que está em recessão, mas estamos em um período de transição, em que o crescimento está desacelerando e isso é necessário e apropriado”, disse a secretária do Tesouro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências
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