Pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre) mostra que sete em cada dez trabalhadores brasileiros autônomos gostariam de ter carteira assinada. A informação é do jornalista Wanderley Preite Sobrinho, da Folha de S. Paulo.
Aprovada em julho de 2017, a reforma trabalhista alterou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em mais de cem pontos e prometeu criar 6 milhões de empregos. A bonança, no entanto, não ocorreu.
O desemprego continuou alto — a taxa de desocupação era de 12,9% em julho de 2017, quando a reforma foi aprovada. A taxa se manteve no mesmo patamar nos anos seguintes e atingiu pico de 14,9% em março de 2021, durante a pandemia de Covid-19.
FGV
Segundo a pesquisa da FGV, sete anos após a reforma, 67,7% dos autônomos sonham em trabalhar com carteira assinada.
Pelos critérios da pesquisa, o Brasil tem 25,4 milhões de autônomos, enquanto a população total ocupada era de 100,2 milhões em março de 2024.
O sonho da CLT é maior entre os mais pobres. A pesquisa mostra que 75,6% dos autônomos com renda de até um salário mínimo (R$ 1.412) gostaria de ter um trabalho com carteira assinada. Já entre aqueles com renda entre um e três mínimos, o nível chega 70,8%. Foram consultadas 5.321 pessoas, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Pesquisa
Segundo a pesquisa da FGV, os autônomos têm baixos salários — cerca de 44% recebem até um salário mínimo. A maioria é homem e negro.
Ainda segundo a FGV, 38% dos informais têm entre 45 e 65 anos, 66% são homens e 54,5% se declaram pretos e pardos.
A pesquisa aponta que a renda, por sua vez, tem forte variação. O salário de 19,8% pode oscilar mais de 20% de um mês para o outro. Já entre os trabalhadores com CLT, oscilação ocorre para apenas 4,7%.
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