Tunico da Vila, filho do cantor e compositor Martinho da Vila, nunca imaginou que um simples passeio com seu porco de estimação pudesse se tornar caso de polícia. Mas, ontem, quando ele e a esposa passeavam na Rua da Lama, em Vitória, no Espírito Santo, com o porquinho Soba, o músico disse que foi vítima de racismo.
Em desabafo nas redes sociais, Tunico contou que foi alvo de injúria racial, cometido por um vendedor de bebidas. No vídeo, ele relatou que ouviu do homem que era para “voltar para favela porque lá era seu lugar”.
Segundo o músico, o vendedor não teria gostado de ver o porco na rua e começou as agressões. “Ele já tinha sido grosso com minha esposa, gritou com ela. Pedi para ele falar direito e ele disse: ‘Volta pra favela que lá é o teu lugar'”, contou.
“Eu, Tunico da Vila, negro brasileiro, acabei de sofrer racismo aqui na Rua da Lama por um idiota falar ‘volta para favela’, uma injúria racial né? Ele falou: ‘volta pra favela, lá é seu lugar’. Estou agradecendo aqui a Polícia Militar que veio e pegou os dados. Racistas não passarão”, disse.
Após a agressão, Tunico ligou para o 190 e policiais militares do Espírito Santo estiveram no local. Ao chegarem, o vendedor disse ser morador de Vila Velha, na Grande Vitória, e contou que que se sentiu amedrontado.
No vídeo, Tunico pede que as pessoas denunciem, sempre, as agressões racistas. “Se sofrer racismo, por mais que você tenha vontade, não agrida. Chame a Polícia Militar, para que eles façam a parte deles”, orientou.
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