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Fim do embargo é ‘posição digna’, diz cônsul geral de Cuba, sobre discussão na ONU

"O povo cubano não vai render-se aos ditames de Washington", diz Benigno Pérez
30/10/2024 | 10h53

Por Chico Alves

Em Assembleia Geral, a ONU está analisando uma nova resolução contra o embargo decretado pelos Estados Unidos há mais de seis décadas contra Cuba. O texto foi entregue pelos cubanos à ONU nesta terça-feira (29). O país apresentou mais um projeto de resolução do bloqueio econômico instituído em 1962, em plena Guerra Fria.

O cônsul-geral do país em São Paulo, Benigno Pérez, falou com o ICL Notícias sobre a importância dessa reunião na ONU e sobre a expectativa de que os Estados Unidos finalmente sigam os demais países. “É muito importante para Cuba, pois significa o respaldo ético e moral a uma posição digna”, diz o diplomata, em relação à discussão na Assembleia da ONU.

Cônsul geral de Cuba, Benigno Pérez

ICL Notícias: Qual a importância da votação que ocorrerá na Assembleia Geral ONU?

Benigno Pérez: O povo cubano sofre um criminoso bloqueio econômico, financeiro e comercial desde fevereiro de 1962. Isso se converteu em uma guerra econômica desde que o presidente Trump aplicou 243 novas medidas asfixiantes e incluiu Cuba na Lista de Países Patrocinadores do Terrorismo.

Há 32 anos Cuba insiste ante a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) com a Resolução que exige o fim do bloqueio. O texto foi aprovado por uma alentada maioria de países que integram as Nações Unidas, com o voto contrário somente dos Estados Unidos e Israel.

 Qual a sua expectativa para essa votação?

Cuba espera um apoio similar, ainda que o governo do presidente Biden ignore os apelos da comunidade internacional.

É muito importante para Cuba, pois significa o respaldo ético e moral a uma posição digna. Além disso, porque demonstraria o respeito dos Estados Unidos aos outros países.

O que pode acontecer com Cuba se o bloqueio dos EUA for mantido?

Cuba sofre há mais de 62 anos com esse bloqueio e o povo cubano não vai render-se aos ditames de Washington. Continuaremos denunciando em todos os foros internacionais essa guerra econômica e paralelamente buscando opções, como a que recentemente se abriu com a entrada nos BRICS, para resolver nossos problemas e avançar em nosso desenvolvimento.

Que ajuda o governo brasileiro pode dar a Cuba nesse momento?

Do Brasil esperamos a mesma solidariedade de sempre. Porque o povo brasileiro sempre nos acompanhou na nossa luta, que é a luta pela nossa independência e soberania.

Esperamos que o governo brasileiro condene em todos os foros internacionais o cruel bloqueio que tenta matar de fome um povo. E ao mesmo tempo, avançar nos negócios, nos investimentos e para que os brasileiros possam ir a Cuba desfrutar das nossas praias, da nossa cultura e do carinho do povo cubano.

 

SAIBA MAIS:

Cuba apresenta nova resolução na ONU contra bloqueio dos EUA

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