Uma embarcação da Flotilha da Liberdade, missão internacional que levava alimentos, remédios e água potável à população da Faixa de Gaza, foi atingida por drones, na madrugada desta sexta-feira (2), ao largo de Malta. O ataque aconteceu em uma área fora da jurisdição de qualquer nação, enquanto o navio buscava romper o bloqueio imposto por Israel.
Entre os cerca de 30 tripulantes, estava o ativista brasileiro Thiago Ávila, conhecido por sua atuação em movimentos internacionais de solidariedade. Segundo o governo maltês, todos os ocupantes da embarcação estão vivos.

Thiago Ávila.
Segundo comunicado da Flotilha da Liberdade, o navio foi alvo de dois ataques aéreos. A embarcação estava em uma missão para levar suprimentos essenciais a Gaza. “O ataque com drones armados atingiu a parte frontal de um navio civil desarmado duas vezes, causando um incêndio e uma grande avaria no casco”, declarou a Flotilha da Liberdade.
Ver essa foto no Instagram
A organização não acusa Israel diretamente pelos ataques, mas enfatizou a necessidade de que “embaixadores israelenses sejam convocados para responder por violações do direito internacional, incluindo o bloqueio contínuo e o bombardeio de nossa embarcação em águas internacionais”.
O ataque, segundo o comunicado, foi supostamente direcionado ao gerador do barco, deixando a equipe sem energia e deixando a embarcação em um grande risco de afundamento.

Barco com ajuda humanitária a Gaza é atacado por drones.
Brasileiro estava na ‘Flotilha da Liberdade’
O ativista brasileiro Thiago Ávila, após o ataque, relatou o drama vivido, em vídeo publicado nas redes sociais. “Nossa missão foi atacada esta noite. Nosso barco foi bombardeado por drones e ficou em chamas e com um buraco. As pessoas agora estão pedindo um resgate e até agora esse resgate não chegou. Já se passam oito horas desde o ataque”, relatou Thiago Ávila.
Estima-se que a gravação tenha sido feita por volta de 3h no horário de Brasília, e não se sabe quando o socorro chegou.
Ver essa foto no Instagram
Segundo Thiago Ávila, a missão tinha como único objetivo prestar ajuda humanitária à população palestina, que vive sob cerco. “Pedimos a todos os governos, de todos os países, que, primeiro, peçam um resgate; segundo, que todos os governos e as pessoas do mundo todo se mobilizem contra o bloqueio total que acontece em Gaza. Missões humanitárias, não violentas, como a Flotilha da Liberdade, só existem porque Gaza está sob bloqueio, com sede, com fome”.
Até o momento, o governo de Israel não se manifestou sobre o incidente. A coalizão informou que a missão reunia voluntários de mais de 21 países.
Bloqueio de Israel
Desde o dia 2 de Março deste ano, Israel vem bloqueando a chegada de todo tipo de ajuda humanitária a Gaza, impondo a fome e sede a mais de 2 milhões de civis. Especialistas humanitários estimam que a população de Gaza necessite a entrada de pelo menos 600 caminhões de ajuda humanitária diariamente para conseguir suprir as necessidades mais básicas, mas nem um caminhão teve a entrada permitida nos últimos dois meses.
Pergunte ao Chat ICL
Relacionados
Israel mata 3 líderes iranianos e ataca área nuclear; Irã bombardeia Tel Aviv
Conflito entra no nono dia mesmo com cobrança da ONU por negociação de paz
Europa vai oferecer negociação ao Irã para pôr fim ao conflito com Israel, diz Macron
Negociação será apresentada pelo ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot, e seu pares, ao seu homólogo iraniano, Abbas Araghchi, em Genebra
Ataques iranianos atingem hospital israelense, ferindo 47; Netanyahu ameaça Khamenei
Ministério das Relações Exteriores de Israel relatou "ataque direto" ao Hospital Soroka, em Bersheba, no sul do país