O Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou o crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto), na economia mundial, em 3,0% em 2023 — um aumento de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação à previsão de abril. Para 2024, o organismo internacional manteve sua projeção de crescimento, também em 3,0%.
A estimativa de crescimento da economia mundial foi apresentada no relatório “ Perspectiva Econômica Global”, divulgado na última terça-feira (25). Na publicação, o fundo alertou que os desafios persistentes estão prejudicando as perspectivas de médio prazo.
A previsão de crescimento da economia mundial para 2023-2024 permanece fraca para os padrões históricos, bem abaixo da média anual de 3,8% observada em 2000-2019, em grande parte devido ao enfraquecimento da manufatura nas economias avançadas, e pode permanecer nesse nível por anos. A alta taxa de juros piora o cenário econômica na América Latina e no Caribe.
“Estamos no caminho certo, mas não estamos fora de perigo”, disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, à agência Reuters, replicada no site de notícias G1. Ele observou que a atualização foi impulsionada em grande parte pelos resultados do primeiro trimestre.
A perspectiva é “amplamente estável” nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento para 2023-2024, com crescimento de 4,0% esperado em 2023 e 4,1% em 2024, disse o FMI.
O organismo internacional observou, no entanto, que a disponibilidade de crédito é restrita e que existe o risco de que o sobre-endividamento se espalhar para um grupo mais amplo de economias.
A respeito da inflação, o FMI projetou que no âmbito da economia mundial o indicador cairá para 6,8% em 2023, indo a 5,2% em 2024. No ano passado, o indicador havia sido de 8,7%.
O núcleo da inflação (que desconsidera preços mais voláteis como alimentação e energia, por exemplo), no entanto, deve cair mais gradualmente de acordo com as projeções do órgão, atingindo 6,0% em 2023 e caindo para 4,7% em 2024. Em 2022, esse núcleo registrou 6,5%.
Para a economia brasileira, FMI projeta crescimento de 2,1% em 2023, mas revê para baixo a expansão do PIB no ano que vem
A respeito da economia brasilera, o FMI elevou sua estimativa de crescimento de 1,9% para 2,1% em 2023. Contudo, para 2024, o organismo revisou a estimativa para baixo em 0,3 ponto porcentual, para uma expansão de 1,2% do PIB.
Na avaliação do fundo, a revisão para cima na estimativa deste ano se deve “ao aumento na produção agrícola no primeiro trimestre de 2023, com repercussões positivas na atividade em serviços”.
No primeiro trimestre, a economia brasileira superou as expectativas com uma taxa de crescimento de 1,9%, refletindo o desempenho mais forte do setor agrícola em quase três décadas.
Apesar da melhora da projeção em 2023, o FMI ainda é um pouco mais pessimista do que a do Ministério da Fazenda, que este mês passou a calcular um crescimento de 2,5% para o PIB deste ano, contra previsão de 1,9% feita em maio. Para 2024, a pasta apresentou estimativa de alta de 2,3%, a mesma de maio.
O desempenho melhor esperado do Brasil foi um dos motivos por trás da melhora de 0,3 ponto na estimativa para o crescimento da América Latina e Caribe, para 1,9%, em 2023.
Reflete também um crescimento mais forte esperado para o México, com aumento de 0,8 ponto percentual na estimativa, para 2,6%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do G1
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