As fontes de energia limpa cresceram 50% no mundo todo no ano passado em relação a 2022. Somente em relação à energia solar fotovoltaica, foram adicionados 510 gigawatts (GW) a mais, o que corresponde a três quartos do total e o equivalente a 36 novas usinas de Itaipu, a segunda maior hidrelétrica do mundo.
Relatório da Standard & Poor’s Global Commodity Insights, publicado por reportagem da Folha de S.Paulo, aponta que os investimentos no segmento de energias renováveis subirão de US$ 640 bilhões em 2023 para US$ 800 bilhões este ano.
A expectativa é que os aportes subam a US$ 1 trilhão em 2030, o equivalente a cerca da metade do atual PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. A PricewaterhouseCoopers estima que este valor já pode ter sido superado.
As projeções indicam que o boom de investimentos deve triplicar, até 2030, a capacidade de geração de energia limpa em 130 países, com 3.700 GW adicionais, o equivalente a 264 usinas de Itaipu.
Nesse aspecto, as fontes de energia solar e eólica serão responsáveis por 95% da expansão global.
No caso do Brasil, em algumas regiões do país, mais notadamente nas dunas do Nordeste, grandes turbinas eólicas fazem parte da paisagem. Essas espécies de ventiladores gigantes são geradoras de energia elétrica a partir da força dos ventos.
Se depender do que aponta uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), essas estruturas vão ser mais comuns também na paisagem marítima, com usinas eólicas offshore (fora de terra firme), com a vantagem de explorar ventos mais constantes e com maiores velocidades.
Essa nova fronteira de geração de energia limpa pode fazer o Brasil aumentar em 3,6 vezes a capacidade total de produção de energia elétrica e potencializar a transição para um mundo com cada vez mais combustíveis renováveis.
Nesse setor, o Brasil encerrará 2024 com capacidade instalada de 32,8 GW; e a previsão é que chegue a 55,4 GW (quatro usinas de Itaipu) até 2029 . Diferentemente dos painéis solares, em sua maioria importados, 80% das turbinas para energia eólica são fabricadas no Brasil.
Com relação solar, o diretor de Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, afirmou que o Brasil possui capacidade para aumentar a energia solar em até 100 vezes. Hoje, segundo o executivo, a capacidade instalada nacional é de 30 gigawatts (GW), valor classificado por ele como um número já relevante, mas que pode aumentar em grande escala.
Fontes de energia limpa solar e eólica ultrapassarão as hidrelétrica este ano
Com a urgência climática, os investimentos em fontes de energia renováveis estão crescendo e a expectativa é de que esse tipo de alternativa ultrapasse o geração de eletricidade das hidrelétricas.
Brasil, Estados Unidos, União Europeia e Índia devem mais que duplicar, até 2028, a geração na comparação com os últimos cinco anos.
Além disso, espera-se que, a partir do ano que vem, as fontes de energia limpa ultrapassem o carvão mineral para se tornarem-se as maiores geradoras de eletricidade do mundo.
Daqui a cinco anos, segundo as projeções da AIE (Agência Internacional de Energia), as fontes de energia limpa representarão mais de 42% da eletricidade global, com a eólica e a solar dobrando para 25%.
No caso brasileiro, hoje o país já tem a maior parcela de sua geração a partir de energia limpa, com a primazia das hidrelétricas.
Mas é a China que será a protagonista do aumento da oferta interna de energia limpa e da transição energética histórica em curso.
Conforme as projeções, o gigante asiático responderá por quase 60% da capacidade que deve estar operacional globalmente até 2028.
No final de 2028, quase metade da geração de eletricidade da China virá de fontes de energia limpa. Em 2023, o país comissionou tanta energia solar quanto o mundo todo o fez em 2022.
A China é, por exemplo, detentora de superoferta de painéis solares. O crescimento da demanda fez com que os preços despencassem mais de 50% em relação a um ano atrás.
Brasil deve responder por 40% da expansão por biocombustíveis
As projeções da AIE indicam que o Brasil responderá por 40% da expansão global na produção de biocombustíveis (etanol e biodiesel) até 2028.
Segundo o órgão, a adição de capacidade no mundo, especialmente em Brasil, Índia e Indonésia, ocorrerá 30% mais rapidamente do que nos últimos cinco anos.
No entanto, o Brasil vai continuar investindo em petróleo. Neste mês, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou um plano de investimento de US$ 100 bilhões (R$ 496 bilhões), com foco na exploração e produção de petróleo offshore.
Em entrevista ao jornal inglês Financial Times, ele também disse que a petroleira vai ser uma das últimas produtoras de petróleo do mundo.
Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo
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