Dois detentos que escaparam do sistema penitenciário federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foram vistos por moradores na manhã desta sexta-feira (16), de acordo com pessoas envolvidas nas buscas. A polícia encontrou vestígios — tênis e pegadas — que acreditam ser dos fugitivos. As forças de segurança estão operando na região de Mossoró, contando com o apoio das polícias da Paraíba e do Ceará para cercar as divisas.
Nas últimas 12 horas, evidências indicam que os fugitivos permanecem na região, conforme avaliação de observadores das buscas. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, informou que 300 agentes, três helicópteros e drones foram mobilizados. Para ele, a prioridade é encontrar Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, chamado de Deisinho, ambos ligados ao Comando Vermelho.
A fuga dos detentos representa a primeira ocorrência desse tipo no sistema penitenciário federal desde sua implementação em 2006. O secretário nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça, André Garcia, afirmou que um maior rigor no cumprimento dos protocolos de segurança da penitenciária poderia ter prevenido as fugas inéditas.
O ministro adotou medidas cautelosas, suspendeu banhos de sol, visitas sociais e de advogados nos presídios federais e interrompeu atividades educacionais, laborais e religiosas em resposta ao incidente, mantendo apenas os atendimentos de saúde emergenciais nos dias 15 e 16 de fevereiro.
A FUGA
A fuga da penitenciária federal de Mossoró ocorreu na madrugada da Quarta-Feira de Cinzas (14), aproveitando o momento em que as pessoas estavam mais relaxadas, conforme informado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
Os detentos escaparam pela luminária, que carecia de uma estrutura protegida por laje de concreto, sendo feita de alvenaria comum. Em seguida, ambos alcançaram a área de manutenção do presídio, onde encontraram máquinas, tubulações e fiação. A partir desse ponto, conseguiram acessar o teto do prédio, que não contava com laje de concreto ou sistema de proteção.
Utilizando ferramentas encontradas durante a fuga, provenientes da reforma interna do presídio, os fugitivos superaram um tapume de metal que protegia a área em reforma. Com o auxílio de um alicate para cortar arame, conseguiram passar pela grade que impedia o acesso ao lado externo do presídio.
O ministro da Justiça destacou que algumas câmeras de segurança não estavam funcionando adequadamente, assim como lâmpadas, o que poderia ter contribuído para a detecção precoce da fuga.
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