Número dois do Ministério da Fazenda, o secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo, disse ontem (3), em entrevista à Globonews, que o governo vai rever renúncias fiscais e gastos para reduzir o rombo previsto para as contas públicas neste ano. O Orçamento de 2023 foi aprovado pelo Congresso com um déficit primário de R$ 231, mas o ministro Fernando Haddad já disse, em entrevista à imprensa, que ele “não vai acontecer”.
Em linha com o que disse o mandatário da pasta, Galípolo falou, na entrevista, que o governo vai trabalhar para que o déficit de fato observado seja menor. “Não pretendemos executar o déficit que está previsto, vai ser menos do que isso [R$ 231 bilhões]”, afirmou.
Haddad havia dito que vai elaborar um plano robusto de corte de gastos já no começo do ano. “O primeiro trimestre é crucial. O governo tem que dizer a que veio, logo”, enfatizou.
Gabriel Galípolo, por sua vez, afirmou que os caminhos para reduzir o tamanho do rombo é o aumento da arrecadação, seja reduzindo renúncias fiscais a determinados setores da indústria ou revendo gastos do governo, em especial com políticas sociais que foram inchadas pelo governo de Jair Bolsonaro.
“Temos uma série de renúncias como essas [dos combustíveis] que estão sendo discutidas com todo o governo para ver a pertinência. Existe plano de curtíssimo prazo pra ver o que é possível rever de renúncia e de gasto, [por exemplo] vários filtros em programas sociais foram retirados no ano passado para aumentar transferência de renda. Isso precisa ser revisto do ponto de vista qualitativo”, frisou.
Gabriel Galípolo diz que Haddad deve apresentar “um plano de voo” nos próximos dias para redução do déficit público
Na entrevista concedida ao programa Em Pauta, da Globonews, Galípolo disse que o ministro da Fazenda deve apresentar nos próximos dias um “plano de voo” para a economia brasileira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O plano vem sendo cobrado pelo mercado financeiro, que tem enxergado ruídos de comunicação no novo governo a respeito da condução econômica.
Mas o caminho indicado pelo secretário-executivo da Fazenda enfrenta muita resistência dentro e fora do governo e, também, dependerá de negociação com o Congresso para avançar.
Ontem de manhã, Haddad fez uma reunião com os novos secretários da Fazenda para discutir medidas para reduzir o rombo previsto para as contas do governo neste ano. Foram avaliadas ações que somam um “ajuste total potencial” no valor de R$ 223 bilhões, com foco em aumentar a arrecadação.
Do total, estão previstos R$ 40 bilhões em reduções de gastos. Interlocutores do Ministério da Fazenda informaram que esse foi apenas um dos cenários apresentados ao ministro Haddad.
Além disso, a equipe apresentou vários caminhos técnicos viáveis, dependendo do contexto da economia, para reduzir ou até equacionar o déficit fiscal estimado para 2023.
Redação ICL Economia
Com informações do portal de notícias G1
Deixe um comentário