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General próximo a Villas Bôas teria atuado na compra de software no Exército, diz jornal

Procurado por meio de seu instituto, o general Villas Bôas não respondeu à Folha
14/01/2024 | 12h00

Em depoimento dado à Polícia Federal, Caio Santos Cruz, filho do general Santos Cruz, afirma que um amigo e colega de turma do general da reserva Eduardo Villas Bôas foi intermediário da empresa Verint Systems para negociar a venda de sistemas de inteligência com o Exército. Isso aconteceu durante a gestão do próprio ex-comandante da Força. A informação foi revelada em matéria dos jornalistas Thaísa Oliveira, Fabio Serapião e Cézar Feitoza, da Folha de São Paulo.

Entre os itens oferecidos, estava o software First Mile, cujo uso pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) é investigado.

Três anos após pedir para ir para a reserva do Exército, o general Luiz Roberto Peret foi contratado pela Verint Systems por meio de uma empresa de consultoria criada pelo próprio militar em 2010.

Além da empresa, ele atua como um dos conselheiros fundadores do Instituto General Villas Boâs, que comandava o Exército quando foi efetuada a compra do First Mile e outros softwares com dinheiro da intervenção federal no Rio de Janeiro.

Caio Santos Cruz, que também atuava em favor da Verint, disse à PF que o papel de Peret era manter contatos de alto nível com os clientes da empresa.

Caio foi alvo de buscas em outubro durante a Operação Última Milha, da PF, que investiga o uso indevido da ferramenta First Mile pela Abinpara monitorar opositores do governo Bolsonaro, juízes, políticos e jornalistas entre 2019 e 2021, durante a gestão do hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Procurado pela Folha, o general Peret disse que não iria se manifestar. O general Villas Bôas também foi procurado por meio de seu instituto, mas não respondeu.

O software vendido pela Verint Systems, segundo a PF, foi utilizado pela Abin para invadir a rede de telefonia brasileira e rastrear a localização do celular de qualquer pessoa a partir dos dados enviados para torres de telecomunicação — driblando, na prática, a necessidade de autorização judicial.

Em depoimento após a operação que prendeu e afastou servidores da Abin, Caio Santos Cruz disse que a empresa possuía diversos clientes no estado do Rio de Janeiro, especialmente forças de segurança.

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