A Secretaria de Educação de Santa Catarina censurou, na última terça-feira (8), nove livros escolares que até então estavam à disposição de alunos de colégios em Florianópolis. O governo alega que são “obras violência em regimes autoritários e que tratam do nazismo”.
Segundo ofício da secretaria, o material deve ser armazenado em “local não acessível à comunidade escolar”.
Foram vetados pela administração estadual os livros “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess, sob a justificativa de que “trata da violência em regimes autoritários”, e “Diário do Diabo”, que revela os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo e homem de confiança de Adolf Hitler. “A Química Entre Nós”, livro sobre romance entre duas adolescentes também foi censurado.
O ofício determinando a censura é assinado pelo supervisor regional de Educação do estado, Waldemar Ronssem Júnior, e a integradora regional de educação, Analise dos Santos de Medeiros.
Numa rede social, o suplente de vereador de Florianopolis Leonel Camasão (PSOL) criticou a medida e apresentou denúncia ao Ministério Público de Santa Catarina.
Resposta da Secretaria
Em resposta à CartaCapital, a Secretaria de Educação negou a censura e alegou que se trata de uma redistribuição das obras dentro da rede estadual.
“A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Educação de Florianópolis, informa que está redistribuindo alguns dos títulos das bibliotecas das unidades escolares da região, buscando melhor adequar as obras literárias às faixas etárias das diferentes modalidades oferecidas na rede estadual de educação”.
A pasta, porém, não informou sobre o destino dos livros e nem quando essa redistribuição será feita.
No ofício da secretaria, ainda são retiradas de circulação as obras “Donie Darko”, de Richard Kelly; “Coração Satânico”, de William Hjortsberg; “Lorraine Warren. Demonologistas. Arquivos Sobrenaturais”, de Gerald Brittle; “Exorcismo”, de Thomas B. Allen; “It: A Coisa”, de Stephen King e “Os 13 Porquês”, de Jay Ascher.
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