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Governo ganha embate sobre IOF nas redes sociais, diz Quaest

Na avaliação do instituto, a repercussão nas redes sociais fez os parlamentares “pisarem no freio”
05/07/2025 | 08h57
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O instituto de pesquisa Quaest apontou que, com 2,2 milhões de menções, o Governo Lula (PT) conseguiu reverter a narrativa online sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na avaliação do instituto, a repercussão nas redes sociais fez os parlamentares do Congresso Nacional “pisarem no freio” após intensa pressão que poderia paralisar a máquina pública por falta de recursos.

“Foi a primeira vez em que o governo ganhou o embate nas redes sociais”, afirmou Felipe Nunes, diretor da Quaest, à coluna da jornalista Flávia Oliveira ao jornal “O Globo”. A empresa de pesquisa acompanhou a movimentação nas plataformas digitais entre 17 e 30 de junho.

Segundo o levantamento da Quaest, a disputa entre o Congresso, liderado pelo deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), e o governo, representado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, gerou 2,2 milhões de menções e alcançou 10 milhões de contas por hora, em duas semanas.

O embate se iniciou quando a Câmara dos Deputados derrubou vetos de Lula à lei que visava baratear a conta de luz para a população de baixa renda, com um impacto projetado de R$ 200 bilhões até 2050. Desde então, cresceu, nas redes, o uso de hashtag como “inimigos do povo”.

Embate sobre IOF nas redes sociais

De acordo com os dados da Quaest, a segunda onda de críticas aos parlamentares eclodiu com a derrubada do decreto de Lula que aumentava a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), somada à aprovação do aumento no número de deputados de 513 para 531 a partir de 2027.

As menções contra o Congresso dispararam, personalizadas na figura de Hugo Motta, e também contra a elite econômica e financeira. Nesta quinta-feira (3), uma manifestação na sede do Itaú, na Faria Lima (centro financeiro de São Paulo), exemplificou essa insatisfação.

“Diferentemente de outros episódios de disputa política nas redes, mais polarizados, dessa vez, houve ampla vantagem no volume e alcance de menções pró-governo e um alto volume de críticas diretas contra o Congresso”, disse Felipe Nunes.

STF propõe conciliação

O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, nesta sexta-feira (4), os decretos do presidente da República que elevaram as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e também o decreto legislativo do Congresso Nacional que havia sustado esses aumentos. A decisão liminar foi proferida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, para evitar o agravamento do impasse entre os Poderes e buscar uma solução consensual.

IOF

Ministro Alexandre de Moraes (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)

O caso chegou ao STF por três ações distintas: uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pelo PL, que alegou desvio de finalidade nos decretos presidenciais por priorizarem arrecadação; uma ADI do PSOL, que questionou a atuação do Congresso por invadir competências do Executivo; e uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) movida pelo próprio governo para confirmar a legalidade do aumento do IOF.

Em sua análise preliminar, Moraes reconheceu indícios de que os decretos presidenciais poderiam ter caráter predominantemente arrecadatório, o que contrariaria a natureza regulatória do IOF prevista na Constituição. Ao mesmo tempo, ele apontou que o Congresso não poderia sustar esses atos com base apenas em discordâncias políticas, já que se tratam de decretos autônomos do Executivo e não de regulamentação de lei.

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