Por William De Lucca
Ministros do governo do presidente Lula (PT) atuaram para tentar barrar a aprovação do relatório que recomenda a cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) na Comissão de Ética da Câmara. No entanto, encontraram o que classificaram como uma “articulação inquebrantável” liderada pelo ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), desafeto político de Glauber Braga.
Na tarde desta quarta-feira (9), a comissão aprovou o relatório por 13 votos a 5. A decisão agora segue para votação no plenário da Câmara.
Segundo um deputado governista ouvido pelo ICL Notícias, uma reunião entre Braga, parlamentares do PSOL e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, definiu a estratégia de defesa do parlamentar — movimento que teria sido posto em prática nesta quarta.
Processo contra Glauber Braga
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), também atuou diretamente, articulando com deputados baianos que integram a comissão. No entanto, foi informado de que o resultado da votação já estava selado por orientação de Arthur Lira.
Mesmo com o desfecho já previsto, parlamentares de diversos partidos da base governista tentaram, sem sucesso, adiar a votação. Além dos deputados do PSOL, nomes como Natália Bonavides (PT-RN), Érika Kokay (PT-DF), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Duda Salabert (PDT-MG) integraram a linha de frente na tentativa de barrar o relatório.
Leia também
Relacionados
Câmara cassa Chiquinho Brazão, mas manobra mantém direitos políticos do deputado
Decisão foi individual do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), sem provocação de partidos — e com o apoio do restante da Mesa Diretora
CCJ da Câmara: relator nega recurso de Glauber contra cassação de mandato
Parecer ainda será votado na comissão na próxima sessão
Glauber Braga encerra greve de fome após acordo com Hugo Motta
Acordo foi negociado com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ)