No fim da tarde desta quarta-feira (8), o governo do Rio de Janeiro anunciou a reabertura do Arquivo do Estado do Rio (Aperj), apesar da maior parte do prédio estar com diversos problemas. Horas antes, a coluna esteve no local e verificou salas com piso totalmente quebrado, buracos no chão, rachaduras em pilares e fiação elétrica exposta e sem renovação. Esses são apenas alguns dos principais problemas do Aperj, que foram expostos pelo agora ex-diretor Victor Travancas.

Sala de trabalho para servidores no Aperj possui grandes buracos no piso (Foto: Juliana Dal Piva)
Após a coluna revelar o fechamento do Aperj devido às péssimas condições do local, o governador Cláudio Castro decidiu exonerar Travancas sem nem comunicá-lo antes. “O governador não falou comigo. Soube pela imprensa”, afirma o ex-diretor.
A coluna revelou ontem que o governo do Rio tinha anunciado o fechamento do Aperj, uma instituição que possui mais de 90 anos de história e guarda toda a documentação do Dops (Delegacia de Ordem Política e Social) desde os anos 1930, incluindo os registros do estado novo e depois da ditadura militar. Procurado deste a terça-feira, o governo não explicou a situação dos problemas do prédio.
Por nota, a assessoria do governador informou apenas que “o espaço passou por uma série de obras de restauração e modernização com investimento de R$ 2,5 milhões”. Não explicou, porém, porque mesmo assim a sala de consulta está com piso estourado.

Fiação elétrica do Aperj está sem renovação (Foto: Juliana Dal Piva)
Na nota, o governo diz que o Aperj “retomará suas atividades nesta quinta-feira (9/1), após a exoneração do ex-diretor, que havia determinado o fechamento da instituição de forma unilateral. Laudos técnicos emitidos pela Empresa de Obras Públicas (EMOP-RJ) e pelo Corpo de Bombeiros atestam a ausência de riscos estruturais no prédio, confirmando a legalidade do funcionamento”. Questionado sobre os problemas e com imagens da situação do prédio, o governo não respondeu.

Rachaduras no prédio do Aperj (Foto: Juliana Dal Piva)
Travancas tinha assumido o cargo há cerca de 10 dias e denuncia ainda que identificou 26 funcionários fantasmas nomeados na instituição, mas não conseguiu exonerá-los. “A própria reunião de equipe, de funcionários que trabalham, eles identificaram que 26, ou 70% do efetivo, não vinham trabalhar. O secretário Nicola foi comunicado e disse que não podia exonerar porque fazia parte de um acordo com deputados”, denuncia Travancas, que diz ter encaminhado a situação para ser investigada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). O ex-diretor disse que também fará medidas judiciais para garantir que o acervo seja preservado ou transferido nos próximos dias.
Pergunte ao Chat ICL
Relacionados
Bicheiro Vinicius Drummond sofre atentado e tem Porsche metralhado no RJ
Um trecho da via foi interditado para a realização da perícia
Claudio Castro indica vice ao TCE e expõe uso político dos tribunais de contas
Pampolha foi indicado ao TCE a fim de tirá-lo da linha sucessória e facilitar os planos eleitorais do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil)
Moradores impedem que terreno da Barra da Tijuca vire templo religioso
Terreno com lance mínimo de R$ 21 milhões, posto em leilão, fica na Barra da Tijuca