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Nesta semana, o debate sobre a taxação de compras internacionais gerou novamente um buzz nas redes sociais. O estopim desse novo pico de menções foi o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, que voltou a mencionar a pauta. O tema voltou a ganhar relevância a partir do dia 28/11, mais uma vez engajando atores não-polarizados. Atores da oposição, por sua vez, exploraram o buzz e avançaram com novas críticas contra o governo federal. Na figura de Alckmin, críticas oriundas de setores não-polarizados e antibolsonaristas repetiram um mantra focado no desapontamento de eleitores: “expectativa: taxar grandes fortunas; realidade: taxar pequenas compras” e “A gente foi de “vamos taxar as grandes fortunas” a “vamo taxar as brusinhas da shein dos pobres”. Comentários vão desde o impacto nas eleições de 2024 até críticas à visão elitista que setores da esquerda tem do poder de consumo das classes mais pobres.

Nas primeiras 24h, das principais publicações sobre o tema no X (Twitter), apenas 23% partiam da oposição. Os outros 77% eram publicados por atores de imprensa, não-polarizados e antibolsonaristas. Entre os comentários sobre o tema analisados no Instagram, 92% são extremamente críticos ao governo federal. A partir das publicações de atores não-polarizados, é recorrente observarmos respostas irônicas que citam o apoio destes mesmos atores ao presidente Lula na eleição presidencial de 2022.

Até mesmo o timming da declaração gerou implicações negativas para a base governista. Isso porque em paralelo ao debate sobre a taxação de compras internacionais era aprovada a “taxação de super-ricos”, que passou desapercebida nas redes sociais. Sem engajamento de destaque, o tema foi até mesmo criticado por antibolsonaristas, explorando a contradição do que foi prometido pelo governo e entregue até aqui.

De maneira geral, o governo dá sinais de não se sensibilizar para o peso que tal medida tem em sua base de apoio nas redes sociais. É sempre importante nos atentarmos que, em 2022, parte importante de seu sucesso nas redes esteve justamente nesse cluster de atores não-polarizados. De maneira orgânica, estes atores se mobilizaram e apoiaram o candidato antibolsonarista na ocasião. Medidas impopulares, recuos bruscos e anúncios descontextualizados tendem, de maneira gradual, a gerar desconfiança econômica a partir deste campo com relação ao governo Lula.

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