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Após casos de gripe aviária em aves silvestres, Ministério da Agricultura declara estado de emergência zoossanitária

A medida tem como objetivo evitar que a doença chegue à produção de aves para consumo humano, além de preservar a fauna e a saúde humana
23/05/2023 | 15h03

O Ministério da Agricultura e Pecuária declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em função de casos de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) detectados em aves silvestres, ou seja, a doença não foi detectada em aves de subsistência e comercial. A portaria, assinada pelo ministro Carlos Fávaro, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite de ontem (22) e tem validade de 180 dias, podendo ser prorrogado por prazo indeterminado.

De acordo com a pasta, a medida tem como objetivo evitar que a doença chegue à produção de aves para consumo humano, além de preservar a fauna e a saúde humana. Ainda segundo o ministério, a declaração de estado de emergência zoossanitária possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais nas três instâncias e não governamentais.

Ontem, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo confirmou três novos casos positivos para influenza aviária (H5N1) no Espírito Santo, que estavam em investigação desde a semana passada.

Em nota, o ministério informou que as aves silvestres da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular trinta-réis-de-bando) foram encontradas nos municípios de Linhares, Itapemirim e Vitória.

Até o momento, são oito casos confirmados em aves no país: sete no Espírito Santo, nos municípios de Marataízes, Cariacica, Vitória, Nova Venécia, Linhares e Itapemirim; e um no estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra. Além da espécie Thalasseus acuflavidus, há ainda aves da Sula leucogaster (atobá-pardo) e Thalasseus maximus (trinta-réis real).

A orientação da pasta é que a população não recolha aves que encontrar doentes ou mortas e acione o serviço veterinário mais próximo, no intuito de evitar que a doença se espalhe.

Em nota, governo diz que medida não muda status brasileiro de território livre da gripe aviária de alta patogenicidade

A nota do governo enfatiza que a medida não modifica o status brasileiro de livre da influenza aviária de alta patogenicidade perante a Organização Mundial de Saúde Animal, por não haver registro da doença na produção comercial.

Além disso, a portaria também prorroga, por tempo indeterminado, a suspensão da realização de exposições, torneios, feiras e outros eventos com aglomeração de aves e a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados no ministério.

“A medida se aplica a quaisquer espécies de aves de produção, ornamentais, passeriformes, aves silvestres ou exóticas em cativeiro e demais aves criadas para outras finalidades”, detalhou a pasta.

Ainda ontem, a Secretaria de Defesa Agropecuária instalou um Centro de Operações de Emergência para coordenação, planejamento, avaliação e controle das ações nacionais referente à gripe aviária.

“O grupo será responsável pela coordenação das ações de prevenção, vigilância e cuidado com saúde pública, bem como a articulação das informações entre outros ministérios, órgãos, agências estaduais e setor privado”, concluiu o ministério.

Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, ontem à noite, o ministro reafirmou que o estado de emergência é importante para garantir que o problema não afete animais de granjas e de pequenas criações.

“Temos um país de dimensão continental. Se houver um caso em uma criação comercial, por exemplo, no Acre, imediatamente estão suspensas as vendas no Rio Grande do Sul. Por isso estamos sendo proativos na criação desse estado de emergência”, disse.

Desde a semana passada, o Mapa informa ter aumentado as ações de vigilância em populações de aves domésticas e silvestres em todo o território nacional.

Redação ICL Economia
Com informações da Agência Brasil e da Folha de S.Paulo

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