Contrariando o persistente azedume no humor do mercado financeiro com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Banco Central divulgou nesta sexta-feira (16) o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), considerado uma espécie de “prévia” do PIB (Produto Interno Bruto), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador mostrou expansão de 0,56% em abril, na comparação com março, confirmando mais um dado positivo para a economia brasileira este ano.
O resultado foi calculado após ajuste sazonal, um tipo de “compensação” para comparar períodos diferentes.
O crescimento do indicador em abril aconteceu após uma retração de 0,14% em março deste ano.
O crescimento de abril de 2023, quando comparado ao mesmo mês do ano passado, aponta que o indicador cresceu 3,31%. Já no acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, o IBC-Br avançou 3,88% e, em doze meses até abril, o indicador apresentou crescimento de 3,43%. Neste caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.
Embora seja considerado a prévia do PIB, os dois indicadores consideram variáveis diferentes na forma de cálculo.
Para calcular o IBC-Br, o Banco Central utiliza estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos, mas não considera o lado da demanda, que é incorporado no cálculo do PIB do IBGE.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. Por sua vez, o IBC-Br do BC é um índice criado para tentar antecipar o resultado do PIB, embora nem sempre os dois mostrem proximidade.
No entanto, os dois têm mostrado um cenário mais positivo para a economia brasileira. O PIB do primeiro trimestre do ano, por exemplo, cresceu 1,9%, puxado principalmente pelo setor de agronegócio.
IBC-Br pode ser mais um indicador a pressionar o BC a cortar a taxa básica de juros
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país, atualmente em 13,75% ao ano, o maior nível desde 2016.
Quando o IBGE divulgou o PIB do primeiro trimestre, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que o resultado estava em linha com as projeções da equipe econômica, de crescimento de 2% para a economia neste ano.
Na ocasião, Haddad disse que o resultado era uma janela de oportunidades para o BC baixar a taxa Selic. “Estamos há algum tempo dizendo que o crescimento deste ano vai bater 2%, confirmando a projeção da SPE [Secretaria de Política Econômica], mas devemos ter cautela porque o agro veio muito forte. Então temos de começar a pensar em 2024. Para manter a economia gerando emprego, a gente precisa ter cuidado com 2024 e ter clareza que temos oportunidade muito boa, de inflação caindo, juro futuro caindo, o que abre janela de oportunidade importante para a política monetária”, disse Haddad.
Mais pessimista, no último Boletim Focus do BC o mercado financeiro reviu o crescimento do PIB para cima: de 1% para 1,2%.
Para o próximo ano, a expectativa para o PIB é de crescimento de 1,38%. Em 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 1,8%, respectivamente.
No ano passado, a economia cresceu 2,9%, o que representa desaceleração em relação à expansão de 5% registrada no ano anterior.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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