O Ibovespa levou um tombo nesta quinta-feira (18). A culpa foi atribuída a basicamente três elementos: falas da ministra Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) sobre o fiscal, que trouxeram preocupações ao mercado sobre a capacidade do governo de honrar seus compromissos; impactos do mercado externo; e do movimento conhecido como realização de lucros, uma espécie de correção de rota.
O principal indicador da Bolsa brasileira caiu 1,39%, aos 127.652,06 pontos, uma robusta perda de quase 1,8 mil pontos. O índice não recuava com essa magnitude desde 12 de junho último, quando perdeu 1,40%.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse, em entrevista hoje, que o governo tem o compromisso, determinado pelo presidente Lula, de não gastar mais do que arrecada, acrescentando que tal premissa vai se refletir no Orçamento do próximo ano, que está sendo elaborado pela equipe econômica.
“Nós temos um compromisso com o país, por determinação do presidente e da equipe econômica, de não se gastar mais do que arrecada, então o nosso Orçamento do ano que vem tem que trazer as despesas necessárias para atender a todas as demandas do Brasil, mas elas não podem passar daquilo que arrecadamos, porque o Brasil não pode seguir devendo, porque isso tem impacto muito grande na vida das pessoas”, falou a ministra.
Embora ela tenha dito ainda que o governo busca atingir a máxima de “não gastar mais que arrecada”, o cenário é crítico. “De forma objetiva, vamos ter de cortar gastos. Mas vamos cortar gastos naquilo que efetivamente está sobrando. Fraude, erros e irregularidades, ainda têm muito”, afirmou.
“O Brasil não pode gastar mais do que arrecada. Mas, ao mesmo tempo, não pode gastar menos do que o necessário”, acrescentou.
Por sua vez, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que o Orçamento de 2025 já tem os limites por ministérios distribuídos pelo Planejamento. “O que nós estamos fazendo é colocar os limites orçamentários nos termos do arcabouço fiscal. A divisão entre ministérios é uma negociação que cabe mais ao Planejamento fazer”, disse o ministro.
Hoje, a Fazenda divulgou relatório de projeções macroeconômicas. A projeção para crescimento do PIB em 2024 foi mantida em 2,5%, mas a de 2025 passou de 2,8% para 2,6%; a de 2026, de 2,5% para 2,6%; a de 2027, foi mantida em 2,6%; e a de 2028, mantida em 2,5%. Haddad havia pedido parcimônia nessas projeções.
Dólar
Por sua vez, o dólar comercial seguiu em alta, como ontem (17), agora com mais 1,89%, para R$ 5,58. Os DIs (juros futuros) subiram com amplitude, de quase 2%, por toda a curva.
Mercado externo
As bolsas de Nova York também caíram hoje, com a sequência do movimento de retirada dos investidores dos ativos parrudos de tecnologia, um padrão observado nos últimos dias. Hoje, o Nasdaq teve seu pior dia desde dezembro de 2022 (ontem já havia sido assim, mas hoje foi pior).
O Dow Jones caiu 1,29%, aos 40.665,02 pontos; o S&P 500, -0,78%, aos 5.544,59 pontos; e o Nasdaq, -0,70%, aos 17.871,22 pontos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias
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