Os tempos de bonança financeira do ex-presidente Donald Trump podem ficar no passado. Sentença dada ontem pelo juiz juiz Arthur Engoron, de Nova York, considerou que o bilionáro e a Organização Trump foram responsáveis por fraudes ao inflar ilegalmente – em mais de US$ 2 bilhões – ativos e patrimônio líquido para a obtenção de empréstimos e seguros.
Especialistas ouvidos pelo jornal britânico The Guardian acreditam que o império imobiliário de Trump poderá ruir em breve. Isso porque, com a decisão do magistrado, foram revogadas as licenças comerciais da Organização Trump e outras empresas de propriedade do ex-presidente e dos filhos adultos, Eric e Don Jr.
“As empresas acabarão sendo liquidadas. O juiz já determinou que a fraude existia”, disse Michael Cohen, ex-advogado de Trump. Ele acrescentou que a defesa do ex-presidente vai recorrer, mas pode não ter sucesso, ocasionando um colapso financeiro.
Se houver fracasso da defesa, podem ser vendidos ativos imobiliários como a Trump Tower, em Nova York, os campos de golfe e resorts espelhados pelos Estados Unidos e até mesmo o clube Mar-a-Lago, na Flórida, entre outros.
Para William Black, especialista em crimes de colarinho branco e pesquisador sobre regulamentação financeira na Faculdade de Direito da Universidade de Minnesota, a ruína financeira do ex-presidente pode estar próxima.
Segundo ele, as propriedades estão atualmente desvalorizadas devido à maquiagem financeira e fraudes que foram feitas ao longo dos anos. “E, na área financeira, uma vez que os dominós começam a cair, torna-se praticamente impossível salvá-los”, disse Black.
Na rede social X, a procuradora aposentada e professora da Faculdade de Direito da Universidade do Alabama Joyce Vance, pontuou que a recente decisão de Engoron foi justa. “Esta é a pena de morte corporativa de Nova York, aplicada a Trump por anos de má conduta”, postou.
DECISÃO
A decisão de Arthur Engoron foi tomada dias antes do processo civil da procuradora-geral de Nova York, Letitia James, ir a julgamento. Nele, Trump, os filhos, empresas e executivos fraudaram credores, seguradoras e outras entidades.
O ex-presidente também teria obtido um benefício financeiro “substancial” ao apresentar informações equivocadas nas demonstrações financeiras, incluindo US$ 150 milhões de dólares (cerca de R$ 748 milhões) sob a forma de taxas de juro favoráveis que obteve dos bancos.
A Procurador pediu US$ 250 milhões de dólares – cerca de R$ 1,24 bilhões – em indenizações, a proibição dos Trump de servirem como dirigentes de empresas em Nova Iorque e das empresas se envolverem em transações comerciais por cinco anos.
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