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Ao longo deste ano, a indústria foi um dos setores da economia que apresentou mais problemas. Até outubro, a queda acumulada no ano já havia alcançado 0,8%. Além disso, também ocorreram recuos em quatro meses – janeiro, junho, agosto e setembro. Mesmo quando o setor apresentou algum crescimento mensal, o incremento foi meramente marginal, com o melhor desempenho ocorrendo em fevereiro, após uma queda de 1,9% apresentada no mês anterior. A análise consta no “Economia Para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado”, elaborado pelos economistas do ICL Deborah Magagna e André Campedelli.

Segundo os analistas, o último resultado divulgado no ano foi de 0,3%, um aumento muito baixo após duas quedas consecutivas de 0,7% em termos mensais. “Isso mostrou o fraco desempenho que a indústria está tendo neste momento”, escrevem na publicação.

No acumulado em 12 meses, houve queda constante até o mês de julho, quando o índice que saiu de 3,1% em janeiro chegou a um valor negativo de 3%. A partir daí, ocorreram melhoras, muito em função dos resultados de 2021, que foram piores do que os registrados em 2022, e não por uma melhora de verdade da indústria no fim do ano. No período acumulado, a indústria chegou a 1,4%, ou seja, com resultados piores do que os registrados há um ano.

Foram apontadas quedas consideráveis em setores importantes ao longo do ano. As mais relevantes foram nos setores têxtil, com baixa de 12,7% no ano; no de vestuários, de 7,4%; de metalurgia, 5,6%; e no setor de móveis, 17,7%.

Mesmo assim, altas registradas no segmentos de alimentos (+1,9%), bebidas (+3,2%), celulose (+3,4%) e automóveis (+1,9%) ajudaram a contrabalançar. As melhoras foram muito pontuais e as quedas, muito significativas, o que ajudou a entender o baixo resultado da indústria neste 2022.

Setores da economia: maioria dos segmentos da indústria apresentou resultado negativo em 12 meses

setores da economia

Variação mensal da produção industrial

“Com isso, boa parte dos setores apresentaram queda no acumulado em 12 meses. O setor de alimentos apresentou um acumulado de 1,1%, enquanto o de bebidas elevou 1% e o de celulose 3,5%”, dizem os economistas.

A maioria, no entanto, apresentou resultado negativo, com destaque para o setor de têxteis, que apresentou um valor negativo de 14%, o de vestuário de 9,4%, metalurgia de 6%, automóveis de 0,2% e móveis de 18,5%. Mais um fator que explicita a situação frágil da indústria brasileira neste ano.

Nas grandes categorias, no acumulado do ano, todas apresentaram resultados negativos, sendo que, para o de bens de capital, foi de 0,5%; dos bens intermediários, 0,7%; bens de consumo, 1,2%; bens de consumo duráveis, 3,7%; e consumo semiduráveis e não duráveis, 0,6%.

“Em 12 meses, somente o setor de bens de capital apresentou resultado positivo, de 0,2%, enquanto os demais continuaram apresentando resultado negativo, como o de bens intermediários (-1,1%), os bens de consumo (-2,6%), os de bens duráveis (-6,5%) e os de semiduráveis e não duráveis (-1,7%)”, pontuaram.

Por fim, os dois dizem que o setor industrial foi aquele que apresentou os maiores problemas na economia brasileira este ano. Cada vez mais o processo de desindustrialização vem se acelerando no país.

A queda na atividade da indústria no ano mostrou a fragilidade que a indústria vem passando, sendo um ramo que merece uma atenção especial do futuro governo do país, pois se trata de um importante elemento de desenvolvimento econômico.

Redação ICL Economia
Com informações do Economia Para Todos – Boletim Diário de Notícias Econômicas e Atualização do Mercado
 

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