O influencer fitness, Renato Cariani, foi indiciado pela Polícia Federal de São Paulo por tráfico de drogas equiparado, associação para tráfico de drogas e lavagem de dinheiro nesta terça-feira, 30. Além de influencer, Renato é um dos maiores fomentadores do fisiculturismo no Brasil.
Cariani foi indiciado juntamente de outros dois amigos conforme o relatório final da PF. Embora a investigação não tenha solicitado a prisão dos indiciados, todos permanecem em liberdade, aguardando a decisão do Ministério Público Federal, que poderá denunciar o grupo pelos crimes.
ACUSAÇÃO
A PF acusa Cariani, junto com Fabio Spinola Mota e Roseli Dorth, de utilizar uma empresa para falsificar notas fiscais de vendas de produtos para multinacionais farmacêuticas, desviando-os para a produção de cocaína e crack. A investigação aponta que essas drogas abasteciam uma rede criminosa de tráfico internacional vinculada a facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Com mais de 7 milhões de seguidores no Instagram, Renato Cariani é sócio, juntamente com Roseli, da Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., empresa envolvida no esquema criminoso. A defesa do influenciador afirma em nota que o indiciamento ocorreu de forma precipitada, enquanto a defesa de Roseli Dorth considera as conclusões da Polícia Federal gravemente equivocadas. Fábio Spinola Mota foi procurado pelo G1, mas ainda sem resposta.
DEFESA DE CARIANI
A defesa de Renato Cariani divulgou uma nota nesta terça-feira (30), segundo o G1, declarando que o indiciamento do influenciador ocorreu de maneira precipitada há mais de 40 dias, antes que ele pudesse prestar esclarecimentos.
Segundo a defesa, as conclusões da Autoridade Policial no relatório são equivocadas e têm sido contraditadas no decorrer do procedimento. Eles afirmam ter apresentado dezenas de documentos comprovando que Renato não participou de atividades ilícitas e expressam confiança na sua inocência, aguardando o reconhecimento pela justiça.
Em 2023, a defesa havia informado que o influenciador respondeu a todas as perguntas durante seu depoimento e destacou que seu indiciamento ocorreu antes do início desse processo.
Em um vídeo nas redes sociais, Renato negou envolvimento no esquema, revelando surpresa com a operação da PF e defendendo a empresa Anidrol, da qual é sócio, como uma entidade regulamentada, com mais de 40 anos de história e sob gestão da sua sócia de 71 anos.
DEFESA DE ROSELI DORTH
Já os advogados de Roseli Dorth, por meio de nota divulgada também hoje (30), contestaram as conclusões da Polícia Federal, considerando-as gravemente equivocadas. A defesa apresentou uma petição ao Ministério Público, acompanhada por mais de 100 documentos, alegando a total desvinculação de Roseli Dorth dos fatos investigados.
Segundo a nota, a defesa afirma que a investigação se baseia em premissas falsas, sem suporte na realidade dos fatos, e expressa confiança de que a Justiça reconhecerá a falta de fundamentação nas conclusões da Polícia Federal, considerando-as descabidas e infundadas, resultado de inadmissíveis presunções. Com informações do G1.
ENTENDA INVESTIGAÇÃO
A Polícia Federal (PF) deu início à investigação após a Receita Federal detectar depósitos suspeitos de mais de R$ 200 mil feitos pela AstraZeneca para a Anidrol, empresa do influencer Renato Cariani e sua sócia Roseli Dorth. A multinacional negou a compra de produtos da empresa dos suspeitos.
A PF, durante a operação Oscar Hinsberg no ano passado, cumpriu mandados de busca e apreensão em propriedades dos suspeitos no dia 12 de dezembro, apreendendo equipamentos eletrônicos e objetos para análise pericial. A investigação visa identificar outros envolvidos no esquema criminoso, sem ainda ter realizado indiciamentos, aguardando mais provas.
Oscar Hinsberg, químico mencionado na operação, notou a possibilidade de converter compostos químicos em fenacetina, o principal insumo desviado segundo a PF. O delegado Vitor Beppu Vivaldi, responsável pela investigação, interrogou os suspeitos, incluindo Renato, em 2023. Apesar dos pedidos da PF, a Justiça negou as prisões de Renato, Fabio e Roseli no decorrer da investigação.
ESQUEMA
A PF identificou ao menos 60 desvios de produtos químicos das empresas investigadas, num esquema que também contava com a participação de terceiros.
Horas depois que os insumos eram desviados, os valores acertados na transação eram falsamente depositados no nome das multinacionais.
A ação dos suspeitos buscava despistar órgãos de controle, como a Receita Federal e a própria PF. No entanto, por fugir das características dos padrões adotados por grandes farmacêuticas, a movimentação do grupo chamou a atenção da Polícia.
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