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A XP Investimentos foi alvo de denúncia de investidores na Justiça, que acusam a maior corretora do país de práticas abusivas, levando muitos deles a prejuízos milionários em aplicações financeiras, perda de patrimônio e até a dívidas enormes com a própria empresa.

Reportagem do site Metrópoles teve acesso a relatos de investidores que se sentiram lesados. Nos processos, foram anexadas trocas de mensagens entre assessores da corretora e clientes. As mensagens mostram que os assessores vendem produtos de alto risco com a garantia de “blindagem” contra perdas, o que acaba não acontecendo. Também orientam investidores conservadores a mudarem seus perfis para se aventurar em ações complexas e voláteis.

As principais reclamações se referem aos COEs (Certificados de Operações Estruturadas) e às operações alavancadas com empréstimos feitos pela corretora.

No caso dos COEs, esse investimento é baseado em uma gama de investimentos de renda fixa e variável e tem sido vendido como um papel com potencial de lucro acima da média, com garantia do valor principal investido em caso de baixa.

Por sua vez, a operação alavancada consiste em uma espécie de empréstimo dado pela corretora para que o cliente possa investir valores mais altos do que possui e, consequentemente, potencializar seu retorno financeiro.

De acordo com a reportagem do Metrópoles, os clientes relataram que, no caso dos COEs, a propaganda de seus rendimentos é enganosa, e que a promessa de retorno de, no mínimo, o investimento inicial, muitas vezes não se cumpre e resulta em perdas milionárias.

Mas é nas operações alavancadas que acontecem as maiores perdas. Os investidores dizem que assessores estão turbinando esse tipo de investimento em suas carteiras, muitas vezes em movimentos não autorizados ou mal explicados, para aumentar as taxas pagas à corretora. Quanto maior o alavancamento, maior é a taxa de corretagem.

Um dos investidores ouvidos pela reportagem disse que, seguindo orientações da XP, foi “conduzido a oferecer” todo o seu patrimônio em garantia de operações no mercado financeiro. Ele alega ter sofrido prejuízos milionários e que somente o valor das comissões ultrapassa o de seu patrimônio, de R$ 20 milhões.

Eduardo Moreira comenta caso XP e lembra que, há cinco anos, já havia alertado que os COEs eram um “desastre em potencial”

O economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, comentou na edição de ontem (20) do ICL Notícias 1ª edição, noticiário diário transmitido via redes sociais, as denúncias envolvendo a XP Investimentos.

Em matéria de 2018, o ex-banqueiro de investimentos havia comentado o potencial negativos dos COEs.

“Os principais relatos dizem respeito aos COEs. Eu, sozinho, há 5 anos, digo: ‘o investimento da moda no Brasil é um desastre em potencial: porque os COEs podem ser o pior investimento que você tem para fazer com seu dinheiro’.”

Segundo Moreira, as instituições financeiras ganham bilhões, lucrando com o “prejuízo das pessoas”. “Não é plantando alface, tomate, milho, soja – não é produzindo nada”, disse.

Fundada em 1997 pelo economista Guilherme Benchimol, a XP Investimentos encerrou 2023 com R$ 1,1 trilhão sob sua custódia e 4,5 milhões de clientes, alta de 19% em relação ao ano anterior.

Nos últimos anos, a corretora adquiriu mais de uma dezena de outras empresas do mesmo ramo e distribuiu R$ 400 milhões em dividendos a acionistas no fim do ano passado.

Assista à íntegra do comentário de Eduardo Moreira no vídeo abaixo:

Redação ICL Economia
Com informações do Metrópoles e ICL Notícias 1ª edição

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